Como se tornar um líder populista em cinco passos e fazer sucesso

As eleições de 2022 já estão na mira e se tornaram um dos assuntos mais comentados nos bastidores da política. E você já se perguntou como se tornar um lider populista? O livro Me, the people, de Nadia Urbinati, e o documentário de mesmo nome dão uma lição sobre o tema em cinco passos. A fórmula serve para jornalistas, advogados, juízes, policiais e religiosos.

Na receita apresentada, é possível notar semelhanças com o cenário brasileiro atual.

Os passos são os seguintes: 1) identificar pessoas infelizes; 2) aumentar o medo dessas pessoas; 3) culpar alguém; 4) desmoralizar instituições, como o Congresso ou o STF; e 5) usar meios de comunicação para amplificar a mensagem.

Publicado no site Consultor Jurídico (Conjur), o texto destaca um exemplo contemporâneo, no Brasil, da eficiência desse truque: o lavajatismo, que entregou o Governo Federal a Jair Bolsonaro (sem partido).

Os protagonistas mais visíveis desta obra, como o ex-juiz Sergio Moro e o ex-chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, adquiriram grande projeção. Mas, na linha auxiliar do movimento, outros personagens lucraram com o negócio.

Conforme o portal, o principal papel desses coadjuvantes foi fuzilar os ministros do Supremo. Entre eles, brilham nomes como Modesto Carvalhosa e Joaquim Falcão, que chegaram a virar sócios da apelidada Fundação Dallagnol, que drenaria algo como R$ 2,5 bilhões da Petrobras.

“Fábrica de falsos heróis e falsos vilões, a Lava Jato deu fama e renda também ao hoje conhecido Conrado Hübner Mendes. Ele funcionou como caixa de ressonância de Curitiba na rotina de tentar emparedar ministros do Supremo. Críticas à chamada ‘operação’, só no ocaso do esquema, claro. Importante saber a hora de trocar de lado”, diz um trecho do texto, que também chama atenção para o fato de que, no campeonato nacional da demagogia, defender a prisão de quem apenas é réu conta pontos.

O livro Me, the people – obra que faz a continuação de outra, Como a picaretagem conquistou o mundo, de Francis Wheen – identifica uma inflexão do populismo no mundo. Mas identificar aflitos e desnorteados (1), aludir e inflar um perigo (2), culpar o STF (3) ou desmoralizar a PGR (4) e usar a mídia (5) – mostra Hübner -, ainda funciona por aqui como fórmula fulminante para o sucesso.

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