“Vazia e carregada de mentiras”, diz Wagner sobre fala de Bolsonaro na Cúpula do Clima

Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Jaques Wagner (PT-BA) criticou o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na Cúpula do Clima, na manhã deste quinta-feira (22).

“Enquanto o mundo se compromete com avanços na área ambiental, a fala do presidente brasileiro foi vazia e carregada de mentiras”, atacou o ex-governador baiano, que disse que a fala de Bolsonaro não demonstrou “qualquer compromisso com o Meio Ambiente e e mentiu sobre as taxas de desmatamento na Amazônia”. 

O parlamentar apontou ainda que as promessas contidas no discurso do presidente não condizem com a agenda ambiental em curso no país, já que a declaração sobre combate ao desmatamento ocorre no momento em que “medidas do seu governo dificultam a tarefa, tentando permitir grilagem”.

“Para piorar, mendigou recursos para a atuação do Brasil diante da crise climática, e não mencionou que quase R$ 3 bilhões do Fundo Amazônia estão parados por conta da postura do seu governo”, acrescentou, reiterando que o governo brasileiro segue sem plano estratégico para que o país alcance a neutralidade das emissões em 2050.

Discurso

Em sua fala na Cúpula sobre o Clima, o presidente Jair Bolsonaro prometeu reduzir emissões e pediu ‘justa remuneração’ por ‘serviços ambientais’ prestados pelo Brasil.

Bolsonaro foi um dos 40 líderes mundiais convidados pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para participar da reunião. O presidente foi o último a falar entre os líderes dos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

No discuso, o presidente brasileiro se comprometeu a zerar até 2030 o desmatamento ilegal, reduzir as emissões de gases, buscar ‘neutralidade climática’ até 2050, antecipando em dez anos e ‘fortalecer’ os órgãos ambientais, ‘duplicando’ recursos para fiscalização.