Rubens Ricupero diz que o Banco Central exagerou na dose da taxa de juros para enfrentar a pandemia
Ex-ministro defende uma política clara e abrangente de vacinação, necessária para tirar o país das crises econômicas e de saúde pública
O diplomata e ex-ministro Rubens Ricupero avaliou o momento da pandemia e as ações que o Governo Federal têm empreendido para conter o vírus. Para Ricupero, o Brasil está vivendo uma situação de crise sem precedentes.
“É até um lugar comum dizer que não é uma crise apenas, mas a convergência de várias crises. Crises econômicas, crises sociais por causa da situação de carência de boa parte da população, uma crise política por falta de liderança ou então uma liderança equivocada, além da grande crise sanitária. Tudo isso forma um conjunto extremamente preocupante. Você terá visto que nos últimos dias foi divulgada uma carta, um documento assinado por muitos economistas e vários ex-ministros da Fazenda, presidentes do Banco Central, entre os quais eu também fui um dos signatários. E essa carta constitui talvez a melhor síntese pelo menos de duas dessas crises: a econômica e a sanitária”, ressaltou.
Segundo Ricupero, a carta mostra muito bem que esses dois aspectos são inseparáveis.
“Eles são como duas faces da mesma moeda. E que é um equívoco muito grande tentar priorizar uma em detrimento da outra. Se nós não conseguirmos um combate adequado à pandemia, nós não temos nenhuma possibilidade de reativar a economia. E é muito claro que não só no Brasil, mas em todos os países que enfrentam esse problema, a prioridade absoluta tem que ser a pandemia, porque sem ela não há possibilidade de reativar a atividade econômica. Esse documento, no meu entender, é uma das exposições mais completas da política que se deveria seguir e que infelizmente não está sendo seguida”, explicou.
Em relação ao ano de 2021, os economistas fazem um prognóstico pessimista e preveem uma recessão sem precedentes no Brasil. Rubens Ricupero disse ao M! que o país vive uma”estagflação”.
“Estamos começando a viver a pior situação econômica possível, que nós tivemos no final do governo da presidente Dilma Rousseff, que é a “estagflação”. Isto é, a estagnação econômica com aumento de preços, que normalmente, como todo mundo sabe, quando há inflação, a economia está aquecida, está crescendo. No nosso caso, não. É um paradoxo”, avaliou.
“A economia não está aquecida, não está crescendo, as pessoas não têm dinheiro para consumir, no entanto, os preços estão subindo. Porque é um choque que vem não da demanda, mas vem da oferta, sobretudo do preço das commodities que o Brasil exporta que estão se valorizando lá fora porque há muita demanda da China, e também por causa do dólar que se desvalorizou muito. Então nós estamos hoje um pouco prisioneiros desse mercado internacional”, explicou.
“O Banco Central, preocupado com essa volta da inflação, resolveu aumentar a taxa de juros. Ao meu ver, eu digo isso com todo o cuidado, porque eu já não estou mais na vida econômica ativa, não disponho das informações que o Banco Central tem, mas eu tenho a impressão, junto com outros economistas, que o BC exagerou um pouco na dose”, completou.
“Um aumento de 0,75 foi muito forte, sobretudo num momento em que a economia ainda está muito prostrada. E eu tenho medo de que esse aumento da taxa de juros vá constituir um fator adicional para tornar a recuperação econômica ainda mais difícil”, finalizou.
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