Psicoterapeuta analisa surto do soldado e atuação da PM em ocorrência no Farol da Barra

Solidário aos policiais militares que atuaram no episódio ocorrido, neste domingo (28), no Farol da Barra, em que um PM acabou sendo abatido por colegas,  o psicoterapeuta Jordan Campos comparou a troca tiros entre colegas  a um “gol contra em uma partida de futebol”. 

Ele discorreu sobre o episódio por meio de um texto publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (29). Na ocasião analisada por Jordan, o policial Wesley Soares atirou para o alto e gritou palavras de ordem no Farol da Barra durante três horas para, ao final, atirar na direção da tropa que negociava sua rendição.

 Na postagem, Jordan enxerga um abalo na corporação. “A PM deve estar muito chocada e precisamos respeitar isso”.  

O psicoterapeuta também cogita um despreparo psicológico dos agentes militares da Bahia e culpa o governo por isto. “Se falta recursos não é culpa do Policial fardado. Se falta atendimento psicológico, emocional é culpa do Governo e da distribuição de prioridades”, pontua.

Surto psicótico

Jordan Campos explica que “um surto é um episódio agudo de desorganização mental, alteração da percepção de realidade ocasionado por doença pré-existente, uso de substâncias ou stress agudo durante tempo prolongado, associado à falta de sono e transtorno emocional”. 

“Uma situação de hipervigilância persistente pode provocar a dissociação do que é real. A parte mental se parte e não consegue impedir que conteúdos não assimilados tomem conta da pessoa de forma radical”, afirma o psicoterapeuta. 

Campas afirma que quem surta não entende o surto. “Está hipnotizado, catatônico ou em ansiedade extrema. É um momento desafiador para leigos. A ação precisa ser rápida e o entendimento de que certas apostas para pessoas sem surto não funcionam”, define. 

O psicoterapeuta destaca, ainda, que todos podem surtar em algum momento. E que espera-se que, no pós-pandemia, aconteçam mais episódios similares ao ocorrido ontem em Salvador. 

Também no texto, Jordan Campos faz um apelo. “Cuidemos da nossa saúde mental urgente. Os casos de surto estão crescendo muito muito forte”