“Vão tentar um levante”, diz analista político sobre morte de PM
Segundo Felippe Ramos, a ala bolsonarista está agindo fortemente para politizar o fato contra o governador Rui Costa
A ação da Polícia Militar que resultou na morte do soldado Wesley Soares, que apresentou um suposto quadro de surto psicótico, na tarde do último domingo (28), repercutiu dentro da ala bolsonarista nesta segunda-feira (29).
A deputada Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, publicou no twitter que “Soldado da PM da Bahia foi abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal!”
Além dela, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o secretário de comunicação institucional do Governo Federal, Felipe Pedri, também pontuaram sobre o ocorrido, na mesma linha de pensamento da deputada.
Para o analista político, Felippe Ramos, existe uma tentativa de politizarem a ação dos policiais com a relação entre o governador do Estado, Rui Costa (PT) e a corporação.
“Existe a tentativa de fazer do fato algo que envolva diretamente a relação dos militares com o governador. A PM baiana já tem a tradição de sublevações neste sentido de greves”, disse ao Portal M!.
“Mas, isso neste atual momento tem uma conjuntura diferente. Na época do governo de Jaques Wagner, era possível pedir auxílio da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas. Mas hoje, o presidente é contrário a este tipo de suporte aos governadores, já que há este conflito entre ele e Rui Costa”, completou.
Nas redes sociais, parte dos seguidores de direita considera o soldado Wesley como um possível herói. Na sua ação, ele saiu de Itacaré, interior do estado baiano, se dirigiu para um dos principais pontos turísticos da capital baiana, na véspera do aniversário da cidade, pintou o rosto de verde amarelo e proferiu palavras de ordem.
Para Felippe Ramos, essa tentativa precisa ser analisada em duas situações, já que houve uma intencionalidade política, mas que pode ter sido deflagrada isoladamente.
“Primeiro que não há informações suficientes e não dá para afirmar que houve uma intencionalidade. Claro que o ato dele foi político, intencionalmente ou não. Ao fazer isso na véspera do aniversário, no cartão postal da cidade, com o rosto pintado de verde e amarelo, que hoje em dia essas cores são relacionadas ao movimento bolsonarista, isso tudo transforma o ato em ato político. Mas, nada indica de que houve conspiração com presença de pessoas acima dele”, explicou.
“Outra questão é, uma vez que o fato acontece, ainda que isolado, o que indivíduos como o filho do presidente da República ou a presidente Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados fazem desse ato, em uma política de guerra contra governadores. Este é o grande ponto que acontece neste momento nas redes sociais”, completou.
Surto
Ainda segundo o analista político, os surtos psicóticos acontecem com frequência na corporação militar.
“As questões psicológicas são subnotificadas por vários motivos, à tabu dos próprios policiais não irem aos psicólogos e isso deveria ser melhor tratado pela sociedade. E esse surto mostra que a crença em fundamentalismo e conspiracionismo afeta a saúde psicológica dos indivíduos”, ressaltou.
Questionado sobre o silêncio do governador Rui Costa pelo fato, o analista político disse ao Portal M! que o gestor petista tem uma relação com a PM e evita conflito com as lideranças e a base da corporação.
“Após o que aconteceu nas greves anteriores com o governador Wagner, o governador Rui Costa tomou uma política muito comedida, de evitar que isso pudesse voltar a acontecer. Ele tem uma relação com a PM e evitar conflito com as lideranças, inclusive com a base da corporação. As ações do governador ao longo dos mandatos foram de maior repasse de recursos, na tentativa de aumento de salários, o que é uma forma de suavizar qualquer possibilidade de conflito”, afirmou.
“Se ele puder resolver o problema deixando o comandante fazer a declaração, ele prefere”, completou.
Por fim, Felippe Ramos diz que as declarações de Bia Kicis são direcionadas a um motim.
“Ela pode ter cometido um crime em incentivar um motim, assim como aconteceu com o deputado Daniel Silveira, que foi preso por incitação à subversão da Constituição. Já há precedentes em relação ao extremismo bolsonarista, em publicações nas redes sociais. Quem poderia fazer isso? Alguém tem que entrar com uma ação no STF e o governador poderia fazer isso. Ele vai fazer, eu diria que não”, alertou.
“O que as autoridades na Bahia têm tentado fazer é evitar a politização, mas a ala bolsonarista está agindo fortemente para politizar o fato contra o governador”, finalizou.
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