Covid-19: Tsunami se aproxima do Brasil com novas variantes da doença

O biólogo e PHD em biologia celular, Fernando Reinach, acredita que um “tsunami” vai atingir o Brasil devido as novas variantes do novo coronavírus que já foram encontradas no país.

Em artigo publicado no jornal Estado de S.Paulo, o especialistas aponta que as novas cepas do Sars-CoV-2, encontradas no Amazonas e na Europa se espalham rapidamente, são difíceis de controlar e que conseguem ludibriar parcialmente o sistema imune dos já infectados e vacinados.

Porém, se no Velho Continente a solução tem sido o lockdown em vários países, no Brasil, segundo ele, a questão não é quando esse tsunami vai se espalhar pelo país, mas quando isso vai acontecer, com qual intensidade, e se estaremos preparados para enfrentá-la.

“É uma questão de tempo a disseminação dessas cepas pelo Brasil, mas muito provavelmente elas vão chegar antes de vacinarmos uma fração significativa da população. Nos EUA se acredita que elas serão dominantes nas próximas semanas”, afirmou.

Como exemplo, Reinach citou como exemplo um estudo feito pelo cientista sino-estadunidense David Ho, que transformou a forma como passamos a ver o vírus da AIDS, tratando a doença através de coquetéis de medicamentos.

Sobre a Covid-19, Ho tomou como base as mutações encontradas na Inglaterra e na África do Sul. Conforme a pesquisa, a primeira cepa é três vezes mais resistente aos anticorpos presentes nas pessoas que tiveram covid-19 causada pelo SARS-CoV-2 original e duas vezes mais resistente aos anticorpos presentes nas pessoas vacinadas. 

“Ou seja, não somente ela se espalha rapidamente, mas parece possuir características que a ajudam a despistar a resposta do sistema imune”, diz Reinach.

Porém, a segunda é muito mais preocupante, pois não é bloqueada pelos anticorpos monoclonais, é de 11 a 33 vezes mais resistente aos anticorpos presentes no soro de pessoas previamente infectadas e de 6,5 a 8,6 vezes mais resistente que o vírus original aos anticorpos gerados pelas vacinas da Pfizer e Moderna.

“A conclusão é de que essas duas cepas, que estão se espalhando pelo mundo, podem tornar inúteis os anticorpos monoclonais que estão sendo desenvolvidos como tratamento e devem ameaçar de forma significativa a eficácia das vacinas. É por esse motivo que a Pfizer e a Moderna já anunciaram que estão desenvolvendo novas versões de suas vacinas”, afirma o especialista.