Mais de 80% da população deve ser vacinada para combater circulação do  coronavírus, afirma infectologista 

Diante de várias ‘teorias da conspiração’ e uma imensa variedades de fake news (notícias falsas) em circulação na internet a respeito das vacinas contra a Covid-19, buscar a melhor informação é fundamental. 

Assim, a médica infectologista Ceuci Nunes decidiou fazer um alerta: para que o coronavírus pare de circular, como ocorreu no processo de erradicação da varíola, é preciso que grande parte das pessoas seja imunizada.  

“Não vamos ter medo da vacina, a gente precisa ter medo da doença que está matando milhões de pessoas no mundo. A vacina é a luz no fim do túnel. A gente precisa é pedir ao Ministério da Saúde, aos governantes, que consigam vacinas, as mais diversas, para todos os brasileiros”, afirma, acrescentando que para combater a circulação do novo coronavírus, é preciso imunizar ao menos 80% da população.

A especialista aponta que a rapidez na produção da vacina não coloca em cheque a segurança nem a eficácia do medicamento. Ceuci também destaca que estamos em um momento em que tudo tem sido mais rápido.

“E a Covid-19, por ser uma pandemia, também precisou que essa velocidade fosse trazida para as vacinas, mas não ao custo da segurança e da eficácia, porque vários testes foram feitos com milhares de pessoas ao redor do mundo, de cada uma dessas vacinas que estão sendo colocadas e aprovadas pelas agências reguladoras. Isso é uma coisa muito boa porque as agências são muito rígidas na aprovação de vacinas”, ressalta.

Sobre pessoas que possuem algum tipo de alergia, ela afirma que elas podem tomar a vacina, mas faz um alerta: “Quem tem alergia grave, chamada de anafilaxia e conhecida popularmente como choque anafilático, pode tomar a vacina, mas em locais apropriados para que sejam assistidas e tratadas, em caso de reação alérgica. Um exemplo são as unidades hospitalares que têm pronto-atendimento”. 

“A reação alérgica não impede a imunização da pessoa. A reação alérgica tem que ser tratada na hora. O que foi visto até agora são as reações alérgicas acontecendo em alguns casos e sendo tratadas. Não foi registrada nenhuma morte por reação alérgica. E isso não impede nenhum efeito da vacina”, completa. 

Segundo Ceuci, as contraindicações das vacinas contra a Covid–são são poucas.

“Porque elas não são vacinas de organismos vivos, como a gente tem outras vacinas no Brasil, como a de febre amarela, sarampo, que são contraindicadas em pessoas com imunodeficiência. As vacinas contra a Covid não, [pois] elas são de micro-organismos inativados ou partículas de micro-organismos. Então, as pessoas que têm alergia aos componentes da vacina é que vão precisar ter um maior cuidado para utilizá-la”. 

A infectologista Ceuci Nunes é diretora-geral do Instituto Couto Maia (Icom), um dos primeiros hospitais a receberem os pacientes de Covid-19 na Bahia.   

Assista a entrevista completa abaixo: