Bolsonaro nega, mas governo oferece cargos e emendas para viabilizar eleição de Arthur Lira

De acordo com informações do Estadão, o Planalto intensifica processo de cooptação de parlamentares para garantir votos na eleição da presidência da Câmara


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redacao 20/12/2020 19:07 Política

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou  a prática de distribuição de cargos do governo em troca de apoio político. De acordo com ele, não haveria loteamento de funções na administração federal.

Mas, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, o Planalto está oferecendo posições e emendas parlamentares a deputados para que votem em Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do chamado Centrão, para a eleição à presidência da Câmara dos Deputados.

“Tem muita gente interessada em que eu não continue [na Presidência da República]. Gente de dentro e de fora do Brasil. Nós mudamos o Brasil. Dois anos sem corrupção. Não houve loteamento de cargos. Veja se tem indicação política como tinha no passado para a Petrobras, por exemplo”, disse o presidente, em um vídeo exibido no canal do YouTube do filho ‘Zero 3’, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), no sábado (19).

Ainda conforme a publicação, apesar da afirmação do presidente, o gabinete do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, no 4º andar do Palácio do Planalto, tem sido palco de reuniões em que deputados ouvem argumentos em defesa da eleição de Lira. De lá, saem com promessas de emendas parlamentares, algumas além daquelas a que já têm direito, e de cargos a preencher em seus redutos eleitorais.

 

‘Toma lá dá cá’ a partir de abril

A quebra da promessa de campanha de não fazer indicações políticas em troca de apoio ficou mais clara a partir de abril, quando cresceu o risco de impeachment de Jair Bolsonaro.

Naquele momento, enquanto se agravava a pandemia de Covid-19, os apoiadores do presidente clamavam por intervenção militar, em manifestações das quais ele mesmo participava.

Sem uma base de apoio no Congresso, Bolsonaro começou a ofertar cargos em troca de votos, em reuniões com presidentes e líderes de partidos do grupo batizado como Centrão “raiz”, entre os quais Progressistas, PL, PSD e Republicanos.

A intenção era isolar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o seu partido. Segundo o Estadão apurou à época, Bolsonaro estava convencido de que Maia queria “enfiar a faca” em seu pescoço para derrubá-lo, e então mudou o modelo de articulação no Congresso, fechando alianças diretamente com deputados e senadores que antes carimbava como representantes da “velha política”.

Foi naquele mês que Bolsonaro recriou o Ministério das Comunicações e colocou no comando da pasta o deputado Fábio Faria (PSD-RN), membro do Centrão e também genro do apresentador e empresário Silvio Santos, do SBT.

Até o fim de maio, o PL, de Valdemar Costa Neto, havia emplacado o ex-senador Vicentinho Alves (PL-TO) para a Secretaria Nacional de Infraestrutura do Ministério do Turismo, pasta então chefiada por Marcelo Álvaro Antônio. Também indicado pelo PL, Arnaldo Correia de Medeiros assumiu o cargo de secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

O PL foi contemplado com a indicação de Fernando Marcondes de Araújo Leão, em 6 de maio, para o comando Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), autarquia com orçamento de R$ 1 bilhão neste ano.

A negociação também envolveu o Progressistas, de Arthur Lira, já no contexto de uma preparação para a eleição para a Câmara dos Deputados. Como o Estadão mostrou, ele repassou o apadrinhamento do cargo ao deputado Sebastião Oliveira (PL-PE).

Ligado ao PSD, Giovanne Gomes da Silva, foi nomeado para a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A entidade tem como função principal tocar ações sobre saneamento, área de aposta do Governo Federal para receber investimentos privados assim que o Congresso aprovar o novo marco legal do setor.

Em junho, o Centrão já havia emplacado ao menos oito nomes no Governo Federal. Os cargos são para órgãos que, no total, dispõem de um orçamento de ao menos R$ 65 bilhões para 2020.

A maior fatia vem do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com R$ 54 bilhões, que agora é comandado por Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI).

 

* Com informações do Estadão.

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