À frente da operação Greenfield, Celso Tres diz que procuradores tentaram retaliar Aras

O novo procurador da República Celso Três, do Ministério Público Federal em Novo Hamburgo (RS), assumirá as investigações da operação Greenfield – que investiga fraudes em fundos de pensão.

Em entrevista ao portal Conjur, Tres, que substituiu o procurador Anselmo Lopes à frente da Greenfield, disse que houve uma tentativa de retaliação à gestão do procurador-geral da República, Augusto Aras.

“O surreal é que abandona-se e, paralelamente, acusa-se a chefia de intervir, acabar com a apuração. Algo inconcebível, passível de severa punição em qualquer País sério. Aqui, quiçá possa ser enxergado pelo CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]”, diz o procurador.

Sobre a operação Greenfiel, ele diz que o trabalho do ex-procurado, Anselmo era vultuoso, competente e meritório. 

“Todavia, por meio de manobra com a chefia da Procuradoria da República do Distrito Federal, permuta de ofício, deixou órfã, no limbo a operação. Na prática, abandono sob o pretexto de que a PGR não disponibiliza recursos humanos e materiais necessários ao desempenho da tarefa”, afirma.

Celso Tres ainda comentou sobre o papel do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro no atual cenário político.  

“Trocando em miúdos, Sergio Moro quebrando pratos com Bolsonaro, ele vai embora, demitido. Nós, procuradores da República, não, continuamos recebendo vencimentos pelo trabalho que, no caso da greenfield, foi negada execução. Além disso, a gestão do PGR Aras dotou as forças tarefas de caráter impessoal, republicano, obediente ao devido processo legal”, argumentou.