Primeira edição do Enchefs Bahia destaca talentos da gastronomia

A Faculdade Batista Brasileira sediou a mesa-redonda e cerimônia de premiação da primeira edição do Enchefs Bahia. Coordenou o evento o chef Bruno Tupinambá, que é coordenador e instrutor do curso de Gastronomia em faculdades de Salvador e vencedor do prêmio Nacional Dólmã 2018/2019, realizado em Goiás. Além da premiação, a mesa-redonda, no último dia 19, discutiu a evolução da gastronomia na Bahia e a importância de manter a identidade.

“A Bahia era o único estado onde ainda não tinha acontecido o Enchefs, um marco histórico para a gastronomia baiana. Tivemos grandes profissionais que apresentaram seus trabalhos, estudantes de praticamente todas as faculdades de gastronomia de Salvador e o maior número de inscrições do Brasil”, destacou Bruno Tupinambá. 

“Teve gente do interior da Bahia, nós tivemos mais inscritos do que São Paulo e o nível foi muito alto. A Bahia é um dos grandes representantes da gastronomia do Brasil. Essa conquista vai servir para que os profissionais consigam crescer cada dia mais”, completou.

A mesa-redonda do Enchefs contou com a presença de chefs baianos, como Yuri Álvares, do restaurante Pedra Puá; Davi Bastos, do restaurante Camarão Villas; e Leila Carreiro, do restaurante Dona Mariquita, além das embaixadoras Tereza Paim e Dadá. A intermediação do debate contou com o chef Elmo Alves.

Categorias estudante e profissional

Os três vencedores do prêmio estudantil ganharam os troféus das mãos de Dadá. Juliane Martinez, da Universidade Católica do Salvador (UCSal), apresentou xinxim de carne de jaca com arroz de moqueca e farofa de cuscuz (1º lugar). Jaqueline Santana, da Unime, fez camarões grelhados na manteiga de urucum e dendê, arroz de cacau com pimenta doce e banana crocante (2º lugar). Núbia Araújo, da UCSal, fez moqueca vegana com arroz de coco, farofa inquitaya e crocante de oguedê (3º lugar).

Os três vencedores do prêmio profissional receberam os troféus e medalhas das mãos de Tereza Paim. Margot dos Santos fez escabeche do sertão baiano (1º lugar). João Victor Gomes apresentou o parto minha origem (2º lugar) e Hannison Silva concorreu com barriga de porco com barbecue de buriti, purê de mandioca e causa nordestina  (3º lugar).

Essência

“A gente não está aqui só pra vender as nossas moquecas. As pessoas não vão comer apenas a moqueca da Dadá, mas vão ver o sorriso da Dadá. Eu durmo sonhando com os temperos. Não é só criar receita, pois isso tá na alma da gente e não podemos perder essa essência”, disse Dadá.

“A cozinha de Salvador sofre preconceito por ser uma cozinha de senzala, de terreiro. E o próprio baiano cria essa limitação. Mas é a nossa herança e a gastronomia precisa evoluir, precisa ter respeito, pois nossa cozinha é uma cozinha de resistência. A gente precisa conhecer a nossa história, nossos ingredientes e nossa comida”, avaliou a chef Leila Carrero.

“A barreira da culinária é colocada pelo próprio baiano. O turista vem a Salvador em busca da gastronomia baiana. Não vem em busca de risoto, sushi. Esse estrangeirismo só se vê aqui. É a síndrome do colonizado. Não tem outro lugar do mundo com a gastronomia igual à nossa”, comentou Yuri Álvares.

*Informações enviadas pelo leitor Alípio Filho