CNJ abre processo contra desembargadora que publicou mentiras sobre Marielle Franco

Nesta terça-feira (24), o  Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, abrir um processo administrativo disciplinar para apurar condutas da desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça Rio de Janeiro. A decisão foi motivada por publicações feitas pela magistrada com mentiras contra Marielle Franco.

À época do assassinato da vereadora, Marília Neves fez postagens associando Marielle a bandidos. Em outros posts, ela veiculou mensagens que seriam discriminatórias contra transexuais e pessoas com deficiência.

Ao todo, ela era alvo de sete representações no CNJ, que foram todas reunidas em um único processo administrativo, a que ela responderá sem ser afastada de suas funções.

De acordo com a corregedora nacional de Justiça e relatora do caso, ministra Maria Thereza de Assis Moura, há indícios de que a desembargadora infringiu diferentes artigos da Lei Orgânica da Magistratura e do Código de Ética da magistratura.

“Estão presentes indícios de que a magistrada deixou de manter conduta irrepreensível na vida pública e particular, adotou comportamento que pode refletir preconceito, adotou comportamento que implica a busca injustificada e desmesurada por reconhecimento social”, disse a corregedora ao votar pela abertura do processo administrativo disciplinar.

A relatora foi seguida por todos os conselheiros, em decisão unânime.