Renovação na CMS se deve ao surgimento de novas lideranças e uso das redes sociais, avalia cientista político

Uma renovação de 40% e com muitas supresas, tanto entre os novos eleitos e velhos conhecidos que não tiveram sucesso nas urnas. Ao todo, são 17 estreantes que, a partir do dia 2 de janeiro, vão ocupar as cadeiras da Câmara Municipal de Salvador (CMS).

De acordo com o cientista político, Cláudio André, essa mudança chama a atenção por dois fatores: o surgimento de novas lideranças e o uso que elas fizeram das redes sociais. Além disso, se destaca a presença cada vez maior de edis eleitos por partidos ligados aos evangélicos.

“Eu fiquei muito surpreso com a bancada evangélica. Metade dos vereadores está ligado às igrejas. Elas estão cumprindo um papel social e político e trata-se de um novo padrão de configuração da sociedade civil. Destaco também um aumento da pulverização partidária. Ao todo, são 20 partidos com representação na Câmara Municipal de Municipal (CMS)”, disse ele, durante live nesta segunda-feira (16) com o colunista do grupo A Tarde e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.

“Todos os partidos buscaram trazer nomes novos. A profissionalização da campanha, nas redes sociais, a baixo custo, pode ter ajudado aos candidatos que buscavam voto de opinião”, salientou.

Sobe e desce

De acordo com o especialista, uma das principais surpresas dentro do legislativo soteropolitano foi a não  eleição de Alberto Pimentel (PSL). Ele teve 4.430 votos e acabou como suplente de George, o Gordinho da Favela, que teve 4.822 votos. “Ele teve um financiamento político gigantesco. Pode-se considerar um fracasso político”, afirmou Cláudio André.

No Democratas, ao todo, foram sete  vereadores eleitos. Ainda que em número menor em relação a 2016, o centista político disse que o partido teve grande vitória dentro do esperado, com trabalhos feitos não apenas no legislativo, mas também junto à comunidade.

Nesse rol, por muito pouco o Irmão Lázaro (PL) não entra. Candidato ao Senado em 2018 e com votação expressiva, ele teve 4.273 votos nas Eleições 2020. Cláudio André atribui essa queda brusca a falta de utilização das redes sociais para se comunicar com os seguidores.

Do lado da esquerda, chamaram a atenção dele partidos como PSOL e PT. No primeiro, Laina Crisóstomo, que apresentou uma candidatura coletiva, algo inédito, desbancou nomes fortes do partido como Marcos Mendes e Hamilton Assis.

No PT, além da manutenção de duas lideranças, como Marta Rodrigues e Suíca, entrarão pela primeira vez na CMS novos vereadores como Maria Marighella – filha de Carlos Marighella – e Tiago Ferreira, cuja origem é do Sindicato dos Rodoviários. “Já no PCdoB saiu Aladilce e entrou Augusto Vasconcelos, do Sindicato dos Bancários, uma liderança mais jovem”, afirmou.