‘Há um risco permanente de ameaça à liberdade de imprensa’, diz presidente da ANJ
Para Marcelo Rech, ‘não existe democracia sem liberdade de imprensa’
O presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), o gaúcho Marcelo Rech, afirma que a liberdade de imprensa vive risco permanente de ameaça, ao citar exemplos da relação do presidente Jair Bolsonaro (sem partidos), com os profissionais da área, assim como outros chefes de estado pelo mundo afora.
Em entrevista ao colunista do jornal A Tarde e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, Rech afirmou que não existe democracia sem liberdade de imprensa, apesar de essas ameaças serem históricas.
“Há um risco permanente de ameaça à liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa é um baluarte, ela é um pilar da democracia. Não existe democracia sem liberdade de imprensa. E para existir liberdade de imprensa a gente precisa de duas coisas: liberdade e imprensa. Imprensa livre. Liberdade nós temos no Brasil, reconheço que o Brasil é um país que vive numa situação de democracia, ninguém está dizendo que não, mas a imprensa sofre um constante ataque econômico, financeiro, e sobretudo de tentativa de desqualificação. O próprio presidente Bolsonaro já usou duas vezes a caneta presidencial para tentar atingir os jornais, com duas medidas provisórias, uma delas que é a 892, que acabava com a publicação de balanços nos jornais, e a outra, 895, que acabava com a publicação de editais nos jornais, afetando inclusive a transparência dos atos oficiais”, disse Rech.
“Felizmente uma das medidas provisórias foi revisada na Suprema Corte, no STF, e a outra medida provisória foi arquivada no Congresso Nacional. Mas foram duas decisões, duas medidas em que pela primeira vez na história recente do Brasil nós vimos o presidente usando seu poder para afetar economicamente, como antes fez o Hugo Chávez na Venezuela. Mas não teve sucesso, felizmente agora o presidente Bolsonaro não teve o mesmo sucesso que Chávez teve para acabar com a imprensa independente”, acrescentou.
Ainda de acordo com ele, a imprensa não vive de erro, e sim de acerto. “Não é que ela acerte sempre em todas as suas análises, em todas as suas reportagens do ponto de vista de precisão, mas ela corrige esses erros, porque a relação que ela estabelece com o público é uma relação de confiança, e para ter essa relação de confiança ela precisa reconhecer quando acontece um erro de informação, etc, corrigir e não se intimidar com quem quer que seja, se for de esquerda, de direita”, pontua.
Para Reich, em momento de ataques intensos contra a imprensa no geral, é preciso muito discernimento também para que a atividade jornalística, para que o jornalista ele continue cumprindo a a missão, a sua obrigação, com a sociedade, que é a de “levar a verdade, levar a realidade, fazer uma opinião livre, independente, apesar desses ataques”.
“A imprensa independente produz críticas, ela produz reportagens de denúncias investigativas que às vezes descontentam segmentos, mas isso é da vida em sociedade. Mas muitas vezes em muitos países, no Brasil isso também acontece, jornalistas sofrem desde censura, censura prévia, nós temos tido casos muito preocupantes de censura prévia por parte do Judiciário brasileiro, felizmente revisadas em instâncias superiores, mas não é incomum, até assassinatos, agressão física a jornalistas, sobretudo no interior do Brasil, a radialistas, etc”, diz o presidente da ANJ
“E a essas ameaças clássicas, digamos, históricas que acontecem no Brasil, se somam a um ataque coordenado contra a integridade de jornalistas, porque a integridade de profissionais, de repórteres, de colunistas, numa industrialização do ódio. Então se alguém faz uma reportagem que denuncia, por exemplo, o governo, o partido, uma pessoa, os, digamos, discípulos, seguidores dessa pessoa, desse governo, se armam com ataques digitais coordenados numa tentativa de desqualificar e de abalar emocionalmente esses profissionais. Então a gente sofre uma agressão moral muito grande como profissional”, finaliza Marcelo Rech.
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