Limitação da frota de ônibus provoca aglomeração em bairros de Salvador

Embora a Prefeitura de Salvador argumente que a restrição da circulação da frota de ônibus em Salvador incentiva o isolamento social, moradores de bairros da cidade relatam episódios de aglomerações em pontos e nos próprios coletivos. 

Residente no bairro de Pirajá, o comunicador Alexsandro Souza classificou como equivocada a medida do município de liberar a circulação de até 80% da frota de ônibus.

“Essa restrição da prefeitura não foi boa ideia. Não serviu e não vem servindo. As pessoas continuam se aglomerando porque elas precisam sair de casa. Na Estação Pirajá, por exemplo, você encontra enormes filas. Então fica aquele dilema de que não pode se aglomerar em festas, praias, mas pode ter aglomeração em ônibus. Isso tem lógica?”, questionou Alexsandro. 

Léo, como é conhecido o colaborador do site Informe Pirajá, participou de uma entrevista em live na página do Instagram do jornal MASSA! Mediada pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, a conversa, que teve como tema “Os impactos da pandemia nos bairros de Salvador”, contou com a participação do integrante do portal Pau da Lima, Ramon Sobral, e do repórter do jornal, Pedro Moraes. 

Assim como em Pirajá, os moradores de Pau da Lima se queixam do serviço rodoviário no bairro. “Estamos enfrentando com muita dificuldade essa redução na frota. Nem só por causa da diminuição dos coletivos mas pelo serviço entregue, mesmo. Os motoristas não estão parando no ponto de ônibus, principalmente no horário de pico, e isso vem complicando a vida das pessoas em Pau da Lima”, contou Ramon. 

Morador do Caminho de Areia, na Cidade Baixa, o jornalista Pedro Moraes vem observando cenas de aglomeração em seu bairro. “Os pontos de ônibus estão lotados. Já era assim antes da pandemia, quando a frota era de 100%, mas agora piorou. Então vale aquela lógica de que quanto mais reduz a frota de ônibus, mais aumenta número de pessoas aglomeradas”, argumentou. 

Impasse com MP

A implantação de 100% da frota de ônibus em Salvador tem gerado um impasse entre o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a prefeitura da capital. O órgão entrou na Justiça na terça-feira (6), pedindo o retorno total dos veículos nos horários de pico. 

O prefeito ACM Neto (DEM), no entanto, argumenta que é financeiramente inviável manter todos os coletivos em operação.