Ex-diretor da Cinemateca Brasileira diz que prédio corre risco de incêndio

O professor de cinema Carlos Augusto Calil, ex-diretor da Cinemateca, disse em participação ao programa ‘Conversa com Bial’, na última quinta-feira (1), que a instituição atravessa a maior crise da sua história.

Para Callil, a memória se encontra em risco e, depois de definir a Cinemateca como uma “confusão administrativa do Governo Federal”, a instituição fechou e demitiu todos os seus funcionários. Por se tratar de um acervo de filmes, altamente inflamável, a situação de abandono aumenta os riscos de incêndio – a Cinemateca já pegou fogo quatro vezes, a última em 2016.

Para Pedro Bial, âncora do programa,  a Cinemateca Brasileira é um “tesouro audiovisual da nação”. Imagens como o milésimo gol de Pelé, a inauguração da TV Tupi e cenas de “Um Cangaceiro”, primeiro filme brasileiro premiado em Cannes, foram apresentadas na edição e ajudam a mostrar a riqueza do acervo, com 250 mil rolos de filme e mais de 1 milhão de documentos.

No mesmo programa, Amir Labaki, diretor do festival de documentários “É Tudo Verdade”, que em 2020 acontece online, afirmou que o “álbum de fotografias em movimento” da história do Brasil está em risco.

“Se há algo que prova a importância são os documentários que estamos mostrando no ‘É Tudo Verdade’: boa parte dos filmes não aconteceria sem as imagens. Ela não é o passado, é o futuro.”