‘Ela tem que cobrar do Bolsonaro’, diz Tico Santa Cruz sobre possível ação de Michelle Bolsonaro

Após a primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, tomar a decisão de “partir pra cima” daqueles que considera detratores, depois das  críticas que vem recebendo desde que veio a público o depósito de R$ 89 mil que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz e a mulher dele, Márcia, fizeram na conta de Michelle, o roqueiro Tico Santa Cruz, líder da banda Detonautas e um dos alvos da esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), enxerga na ameaça um flerte com a censura. 

Recentemente, o grupo lançou a música “Micheque”. Na letra, há a  cobrança de esclarecimentos sobre o fato: “Hey, Michelle, conta aqui para nós / A grana que entrou na sua conta é do Queiroz? / Hey, capitão, como isso aconteceu? / Levante a mão pro alto e agradeça muito a Deus”.

“Ela deveria cobrar do presidente uma explicação, para que deixe de ser o alvo, não cobrar de quem pergunta”, disse ele, em entrevista ao colunista Chico Alves, do UOL. Além disso, Santa Cruz achou que essa atitude da primeira-dama é contraproducente, pois chama ainda mais atenção para a música e para o apelido “Micheque”.

“Uma coisa é pegar um texto que contém calúnia, difamação, injúria, algo reprovável, que de fato gera constrangimento, e entrar com uma ação. Outra coisa é pegar uma manifestação que não tem nenhuma dessas conotações e processar. Soa como intimidação. Como a gente está num país democrático, você tentar de alguma forma intimidar, mesmo através de uma ação, um artista que fez um questionamento, que fez apenas uma pergunta, que não fez nenhuma afirmação e nem foi desrespeitoso, sinto como um flerte com uma atitude de censura, sim. É como se fosse um aviso”, pontuou o cantor.