Especialista alerta que alto nível de colesterol no sangue pode causar AVC e infartos

Também conhecido como dislipidemia, o colesterol alto é responsável por 2,4 milhões de mortes em todo o mundo, além de causar um terço das doenças cardíacas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste sentido, especialistas lembram da importância da prevenção desta doença silenciosa que pode obstruir as artérias causando infartos, AVCs e necroses nos membros inferiores.

O colesterol, por si só, não pode ser considerado o vilão da história. Ele é um tipo de gordura encontrada em nosso corpo, imprescindível para o funcionamento normal do nosso organismo. De acordo com o médico, Paulo Menezes Filho, cerca de 70% é produzido pelo nosso próprio organismo, no fígado, enquanto o restante é proveniente da nossa dieta. 

“O colesterol  está presente nas membranas celulares, nos mais variados órgãos como coração, cérebro, fígado, intestino e nervos. Também é utilizado para produção de alguns hormônios, dentre eles a testosterona, estrógeno e cortisol”, afirmou o angiologista, cirurgião vascular e membro do Núcleo de Angiologia e Cirurgia Endovascular da Bahia (NACE).

O profissional apontou que, silenciosamente, a dislipidemia vai afetando a saúde vascular. “Por ser uma das principais causas da Aterosclerose, o Colesterol alto causa uma obstrução gradativa nas paredes das artérias. Quando a obstrução acontece nas artérias do coração, isso vai desencadear um infarto agudo do miocárdio. Se envolver as carótidas – artérias que irrigam o cérebro -, pode desencadear um quadro de AVC”, alertou.

“Na perna pode causar um quadro de claudicação, no qual o paciente sente bastante dor na panturrilha ao caminhar e, nos casos mais avançados, pode levar uma diminuição progressiva do fluxo sanguíneo, causando lesões teciduais, gangrenas e necroses dos dedos dos pés. Isso pode culminar até em amputações do membro, com elevada morbidade e mortalidade”, acrescentou.

Paulo Menezes Filho chama atenção ainda para os riscos da Aterosclerose envolver as artérias dos rins. “Isso pode levar à redução do fluxo sanguíneo, causando insuficiência renal e hipertensão de difícil controle”, afirmou.

A Dislipidemia só é descoberta através da realização de exames de rotina, através da dosagem do colesterol (LDL e HDL), do Triglicérides ou em casos avançados de Aterosclerose. 

“Neste último caso, o cirurgião vascular precisa fazer um diagnóstico correto, identificando esse processo de obstrução por Aterosclerose e tentando através de técnicas convencionais com cirurgia aberta ou cirurgia endovascular (técnica menos invasiva) conseguir fazer a desobstrução através de balões de angioplastia ou colocação de stents, levando a um quadro de restabelecimento do fluxo e melhorando a circulação do paciente”, esclareceu.

Ainda conforme o médico, a prevenção é o melhor remédio. “É preciso adotar hábitos de vida saudável, sobretudo através de uma dieta equilibrada. Reduzir o consumo de gorduras, principalmente da gordura trans. Aumentar o consumo de frutas, legumes e vegetais, além de manter uma rotina de atividades físicas”, aconselhou.