Promotoria vai investigar se grupos tentaram pressionar avó de menina estuprada a não autorizar aborto

A Promotoria da Infância e da Juventude de São Mateus, no interior do Espírito Santo, vai investigar se grupos tentaram pressionar a avó da menina de dez anos, que foi estuprada, a não autorizar aborto. Áudios de conversas de pessoas que estariam fazendo pressão à família da criança a não interromper a gravidez também serão analisados pelo Ministério Público capixaba.

“E essa equipe que eu tô colocando à disposição da senhora é uma equipe de especialistas, médicos, ginecologistas, médicos que sabem lidar com esse tipo de situação. E tão dando toda a garantia que fazer o que eles querem fazer agora é mais risco do que levar a gestação à frente e fazer uma cesárea com anestesia, com tudo correto, entendeu?”, diz um homem em um trecho do áudio que está sob a análise do órgão.

No último domingo (16), o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, deu 48 horas para que o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) preste informações sobre quais são as providências que estão sendo tomadas neste caso.

Na sexta-feira passada (14), o Tribunal de Justiça declarou, em uma rede social, que “se pauta estritamente no rigoroso e técnico cumprimento da legislação, sem influências religiosas, filosóficas, morais, ou de qualquer outro tipo que não a aplicação das normas pertinentes ao caso”.

A menina de dez anos que engravidou do tio de 32, depois de ser estuprada, foi levada, também no último domingo, do Espírito Santo para Pernambuco, com o objetivo de interromper a gravidez. No mesmo dia, um grupo de fundamentalistas religiosos se aglomerou em frente ao hospital, onde a garota estaria internada, com o objetivo de tentar interromper o procedimento (veja aqui).