DEM e MDB deixam Centrão após grupo se aproximar de Bolsonaro

O DEM e MDB, duas grandes bancadas da Câmara de Deputados, anunciaram, nesta segunda-feira (27), a saída do Centrão, liderado por Arthur Lira (PP-AL), que é candidato à sucessão da presidência da Casa, após aproximação do bloco com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Com o movimento, o Centrão perde 28 deputados do partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e 35 emedebistas, encolhendo de 221 deputados para 158.

O presidente do MDB e líder da bancada na Câmara, Baleia Rossi (SP), afirmou em sua conta no Twitter que a posição de independência do partido foi aprovada na convenção que o elegeu para comandar a sigla em 2019.

“Apoiamos o que acreditamos ser bom para o país. A presença do MDB no bloco majoritário da Câmara se devia às cadeiras nas comissões. Manteremos diálogo com todos. Somos #PontoDeEquilíbrio”, publicou.

Já o líder do DEM, Efraim Filho (RN), disse à agência Reuters que o principal motivo para a saída do bloco foi uma questão regimental. “Posicionamento quanto a requerimentos, urgências, destaques, reposicionar a autonomia da bancada”, disse. 

Centrão e Planalto coligados

Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro se aproximou do Centrão para tentar montar uma base de apoio na Câmara, até então inédita nesta gestão. O deputado Arthur Lira, que é líder do bloco, vem procurando ganhar apoios para substituir Rodrigo Maia (DEM-EJ) no comando da Casa, em fevereiro de 2021.

“O bloco de partidos que é chamado de Centrão tem como objetivo manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país. O chamado bloco do Centrão foi criado para formar a comissão de orçamento. Não existe o bloco do Arthur Lira”, publicou em sua conta no Twitter.