Caso Marielle: cinco deputados baianos votam contra manutenção da prisão de Chiquinho Brazão

Dos 39 parlamentares da bancada da Bahia, 24 votaram a favor, seis não votaram e quatro abstiveram

Raiane Verissimo 11/04/2024 10:02 • Política

A Câmara dos Deputados decidiu manter, na noite desta quarta-feira (10), a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) em 2018. Dos 434 votos contabilizados, 277 foram a favor da manutenção da prisão, 129 foram contra e 28 se abstiveram. Eram necessários, no mínimo, 257 votos para seguir a recomendação do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa pela continuidade da prisão do parlamentar, que foi detido em 24 de março.

Dos 39 deputados federais que fazem parte da bancada da Bahia, cinco votaram pela soltura – Capitão Alden (PL), Dal Barreto (União), Elmar Nascimento (União), José Rocha (União) e Paulo Azi (União) – e quatro abstiveram: Arthur Maia (União), João Leão (PP), Leur Lomanto Jr. (União) e Paulo Magalhães (PSD). Outros seis não votaram: Adolfo Viana (PSDB), Alex Santana (Republicanos), João Carlos Bacelar (PL), Neto Carletto (PP), Roberta Roma (PL) e Waldenor Pereira (PT).

Além disso, 24 deputados federais baianos votaram pela manutenção da prisão. São eles: Alice Portugal (PCdoB), Antonio Brito (PSD), Bacelar (PV), Charles Fernandes (PSD), Claudio Cajado (PP), Daniel Almeida (PCdoB), Diego Coronel (PSD), Félix Mendonça Jr (PDT), Gabriel Nunes (PSD), Ivoneide Caetano (PT), Jorge Solla (PT), Joseildo Ramos (PT), Josias Gomes (PT), Leo Prates (PDT), Lídice da Mata (PSB), Márcio Marinho (Republicanos), Mário Negromonte J (PP), Otto Alencar Filho (PSD), Pastor Isidório (Avante), Raimundo Costa (Podemos), Ricardo Maia (MDB), Rogéria Santos (Republicanos), Valmir Assunção (PT) e Zé Neto (PT).

Coordenadora da bancada baiana e vice-líder do governo na Câmara, Lídice afirmou que o voto pela continuidade da prisão é “fazer justiça” pelo assassinato da vereadora e seu motorista Anderson. “Não podemos permitir a impunidade para o suspeito de um crime tão grave! E eu, junto ao PSB, votei pela manutenção da prisão de Chiquinho Brazão. São 277 votos que reforçam a necessidade de justiça”, frisou a presidente estadual do PSB em vídeo publicado na sua conta oficial do Instagram.

Entre os cinco que votaram contra a manutenção da prisão, Capitão Alden declarou que “a vontade de alguns em querer fazer justiça não pode atropelar o que prevê a Constituição Federal”. O político reforça que é previsto na Carta Magna que o deputado “só poderá ser preso em caso de flagrante de crime inafiançável”, ou seja, no entendimento do ex-militar baiano “o procedimento que está sendo adotado no momento não é coerente”.

“Votei contra a prisão de Brazão, pois a permanência da prisão é inconstitucional. Não sou a favor da impunidade, mas não podemos ser favoráveis ao ataque que fere de morte a Constituição e as prerrogativas parlamentares”, pontuou Alden, ressaltando que seu partido (PL), orientou seus deputados a votarem contra porque “entende que estão abrindo precedente para a ampliação das perseguições no Legislativo, o que gera instabilidade entre os Poderes”.