‘Não sou coveiro’, diz Bolsonaro ao ser questionado sobre número aceitável de mortes por Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro não quis arriscar um palpite e muito menos recorrer às projeções para estimar qual seria o número de mortes aceitável para a pademia do coronavírus diante do fim do distanciamento social e reabertura do comércio, medidas defendidas por ele e desaconselhadas por órgãos de saúde.

Ao ser questionado pela Folha, nesta segunda-feira (20), o presidente respondeu: “Eu não sou coveiro”. Bolsonaro não quis mais falar sobre a relação entre a mortalidade da doença e medidas de restrição.

No início da noite, Bolsonaro falou com a imprensa na entrada do Palácio da Alvorada. Ele disse que havia conversado com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sobre a abertura das escolas cívico-militares e também do colégio militar na capital federal já na próxima segunda-feira (27). O DF conta com dez escolas cívico-militares e um colégio ligado ao Exército. 

Questionado sobre a possibilidade de alta na transmissão ao abrir as escolas, Bolsonaro disse que não é médico, voltou a falar de economia e a pressionar governadores.

“O nosso ministro da saúde também é economista, coincidência ou não, é um bom nome para estar à frente do ministério”, disse ele, que citou decreto do governo de Goiás que flexibiliza as restrições de circulação e relatou ter falado sobre o assunto com o o ex-ministro e deputado Osmar Terra (MDB-RS) -médico que defende isolamentos mais brandos.