“São os bons projetos que terão atenção do MinC”, diz Bruno Monteiro

Não é novidade que entre tantas polêmicas e perseguições, o governo Bolsonaro foi marcado por uma onda de ataques à cultura e artistas brasileiros. Na interpretação do secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, os ataques do ex-gestor federal não foram por acaso. 

Muito pelo contrário, ele “atacou porque o projeto deles era atacar as consciências. Sempre foi atacar a consciência humana. Eles que propagam o ódio, as fake news, eles querem que as pessoas não tenham consciência, não tenham senso crítico, e por isso eles atacaram tanto a cultura, não foi por acaso”, disse Bruno em entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na edição do A Tarde desta segunda-feira (30).

Segundo o secretário, há entidades ou municípios sem experiência para a gestão e elaboração de projetos e depois prestar contas dos recursos utilizados. Diante disso, ele expressou uma preocupação na elaboração de novas demandas de fomento para a capacitação dos gestores.

“A Lei Aldir Blanc mostrou isso, que muitas entidades e muitos municípios não têm expertise muitas vezes de preparar um projeto ou de prestar contas depois. Então, o que a gente quer fazer agora? Eu estou fazendo essa discussão no âmbito da Lei Paulo Gustavo, mas também com essa nossa área de fomento que nós estamos estruturando, para capacitar gestores municipais, produtores, sobre como elaborar bons projetos e como prestar contas”, pontuou Bruno.

“Porque eu acho que é isso. Não é só chegar com o dinheiro. A gente precisa de quem vai trabalhar nos projetos, quem vai realizar, quem vai fazer prestação de contas esteja bem capacitado para isso”, completou o secretário.

Passada às eleições e com a vitória de Lula para presidente e a nomeação de Margareth Menezes para chefiar o então extinto, mas recém aberto Ministério da Cultura, a expectativa é que o setor receba uma injeção de R$10 bilhões no orçamento da União para a Cultura em 2023. 

“A Bahia com certeza terá muitos bons projetos. A gente está estruturando na Secretaria uma área para fomento, para buscar apoio realmente aos projetos, não só os projetos próprios da Secretaria, mas também de todas as linguagens, todas as manifestações culturais, para apoiar na elaboração de projetos”, disse Bruno com expectativas na gestão da baiana no plano federal.

“E a gente com certeza vai bater muito lá na porta dela com bons projetos, porque a gente quer conquistar esses recursos, não só por ela ser baiana e por ser o estado dela, mas porque a gente vai mostrar competência para executar políticas, prestar contas e ter uma gestão muito eficiente”, completou.