“Entulhos autoritários deixados na vida pública do Brasil”, classifica Marighella sobre terrotismo no DF
Vereadora baiana e presidente da Funarte refletiu sobre o crescimento do extremismo no país
“Foram atos lamentáveis. São atos criminosos de um movimento mobilizado por uma pequena parcela da sociedade e não representam a maioria do povo brasileiro, não representam a opinião majoritária e por isso devem ser combatidos com muito rigor.”, disse Maria durante entrevista no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, nesta terça-feira (10).
Maria Marighella refletiu sobre os crimes cometidos pelo grupo de extremistas com o que ela classificou de ‘entulhos’ do Estado deixados desde o período de ditadura até 2018 – ano que se tornou um dos marcos históricos do país, quando a socióloga, ativista e vereadora carioca, Marielle Franco, foi assassinada em 14 de março daquele ano.
Em 7 de abril, o atual presidente Lula foi preso pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá, sendo o primeiro, então, ex-presidente preso por crime comum. Em outubro de 2018, Jair Bolsonaro ganhara as eleições presidenciais.
“Nós sabemos que, o que aconteceu no Brasil nos últimos anos foi um projeto que já avançava sobre a democracia e atacava os direitos. [2022] Foi uma eleição que mobilizou recursos do Estado para eleger um presidente que não foi eleito. É a máquina pública sendo usada para fazer campanha e nós não podemos mais admitir a brutalidade na vida pública, o avanço contra os direitos da população brasileira”, falou Marighella.
“A resposta que se deu de maneira muito contudente”, disse referindo-se a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de afastar o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha do cargo por 90 dias por envolvimento (conhecimento) nos preparativos da desordem. Horas antes de cair na mira do Supremo, Ibaneis exonerou o ex-secretário de Segurança Pública (SSP-DF), Anderson Torres, por brechas no policiamento da Praça dos Três Poderes.
‘Entulhos’ do Estado
Maria Marighella, que é neta do ex-deputado federal da Bahia e guerrilheiro, Carlos Marighella – considerado o inimigo ‘número um’ do regime militar do Brasil por lutar contra a ditadura militar do Brasil (1964-1985), relembrou os esforços daqueles que perderam suas vidas pela luta da democracia. Carlos foi uma das vítimas do autoritarismo e da arbitrariedade infligidas no Brasil.
“A democracia do Brasil foi construída com muita luta, com vidas que foram perdidas nesse processo e não podemos em nenhum momento desconfiar do processo da democracia. Em vez disso, precisamos sempre investir esforços para a fiscalização e monitoramento, acompanhamento e participação desse processo”, ponderou Maria.
Sem medir palavras, a nova presidenta da Funarte ainda explanou sobre as ações de domingo (8) e o embrião do extremismo que se formara lá em 2016, quando o Congresso Federal articulou o Impeachment de Dilma Rousseff.
Na ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro, então, deputado federal deu seu voto favorável ao golpe e reverenciou à memória do torturador confesso, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (falecido um ano antes), e rotulando-o de “o pavor de Dilma Rousseff”, por ter comandado as sessões de tortura contra a ex-presidenta na ditadura militar.
“Bolsonaro dedica o seu voto ao torturador confesso Carlos Alberto Brilhante Ustra e foi naquele momento que tivemos convicção de que o Brasil ao não puní-lo já avançava para este processo que deu no que deu”, comentou.
Atualmente, o Brasil e mais 192 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) são signatários da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O nação brasileira, inclusive, foi primeira a ratificar o documento, sendo um dos 48 países que votou a favor da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) durante a Assembleia de 1948, no pós-Segunda Guerra Mundial, ratificados no Tratado de Genebra, em 1957.
“Então, o que estamos vivendo hoje é aquilo que chamamos de ‘entulho’ autoritário deixado na vida pública do Brasil e nós precisamos tomar conta disso. O Estado precisa reparar os erros”, disse Maria.
“Sempre dizemos que o Brasil é um país do futuro, mas precisamos também cuidar da memória coletiva, da vida pública do país, reconhecendo essas interrupções da democracia do Brasil e reparando, criando consensos democráticos para o avanço democrático”, completou.
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