“O poder público deve ser mais rigoroso do que tem sido na guerra entre as torcidas”, diz Guilherme Bellintani
Ator político, Bellintani também comentou o resultado das urnas, obtido no último dia 30 de outubro a nível nacional e estadual
Após os recentes episódios de brigas protagonizados pelas torcidas organizadas de Bahia e Vitória, o presidente do tricolor Guilherme Bellintani, defendeu que o poder público seja “mais rigoroso do que tem sido”. Em sua avaliação, a “guerra” entre as torcidas tem afastado as famílias e crianças dos estádios.
“É um assunto que já está entregue ao poder público. Eu acho que realmente é uma coisa bastante lamentável, que afasta as famílias, as crianças, afasta as pessoas em geral do estádio. Eu acho uma pena e acho que o poder público pode e deve ser mais rigoroso do que tem sido na guerra entre as torcidas”, disse durante entrevista com o editor-chefe do Portal M! e colunista de A Tarde, Osvaldo Lyra.
Neste ano, o Bahia também ficou marcado pelo episódio em que torcedores atiraram uma bomba no ônibus do tricolor na ida à Arena Fonte Nova para o jogo contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste. Na ocasião, o goleiro Danilo Fernandes sofreu várias escoriações e foi atingido por estilhaços perto do olho.
Para o presidente do tricolor, a lição que ficou do episódio foi a necessidade de maior exigência da atuação do poder público. “A gente tem que exigir mais do poder público o rigor não só da lei, mas da aplicação. Depois daquilo tudo, a gente ter um resultado que gera um dano corporal leve. Assim, é realmente um absurdo. O que houve foi uma tentativa de homicídio que infelizmente foi classificada de uma maneira muito leve e muito condescendente. Isso gera uma sensação de impunidade e que fatalmente incentiva outros casos desse tipo. A gente se posiciona muito claramente sobre isso, e para mim foi um absurdo”.
Rivalidade com o Vitória
Bellintani também falou sobre a rivalidade com o rubro-negro baiano. Com o Bahia disputando a série A em 2023, e o Vitória na série B, a única partida prevista entre os clubes até o momento será pelo Campeonato Baiano, no dia 29 de janeiro, um domingo, às 16h, com mando de campo do tricolor. Segundo o dirigente, é importante que seja mantida uma disputa positiva dentro de campo, e com muita “resenha” fora dele.
“Eu acho que a gente vê com resenha. Com aquela brincadeira e a disputa positiva de campo e das mesas de bares. Mas eu também olho com profissionalismo, com uma visão muito racional das coisas. Tenho uma relação excelente com Fábio Mota, que é presidente do Vitória, e a gente tem procurado construir coisas juntos, seja na Liga do Nordeste, seja na Liga de Futebol Brasileiro, ou até mesmo aqui no Campeonato Baiano. A gente conversa muito e eu tenho uma relação excelente com o Vitória. Agora, dentro de campo e na mesa de bar, é futebol e resenha”.
Atuação
Já sobre sua atuação à frente do Bahia. Bellitani lembra que existia uma desmobilização por parte da torcida, com o clube contando apenas com 14 mil sócios. Hoje, com o clube alcançando quase 45 mil sócios, ele acredita que a capacidade de mobilização da torcida foi muito importante para o retorno do tricolor aos trilhos.
“Eu acho que a grande força do Bahia é a torcida que tem. Quando eu assumi, tinha 14 mil sócios, hoje a gente já são 45 mil praticamente. Estamos voltando muito perto do número pré-pandemia. Isso é a gente ser capaz de mobilizar a torcida para crescer junto com o clube e também de fazer um programa de sócios mais robustos como nós fizemos, com vantagens, com camisa gratuita, pela metade do preço e uma série de outras vantagens. Eu acho que o Bahia é da torcida e consequentemente a torcida é o grande tesouro que o Bahia tem para acompanhá-lo no crescimento”.
Copa do Mundo
O presidente do Bahia também comentou sobre a Copa do Mundo. Para ele, a competição reúne um simbolismo muito grande, e em caso de vitória da Seleção Brasileira, Bellintani ressalta que será gerada uma atratividade maior do Brasil para o mundo.
“A Copa do Mundo acontece só a cada 4 anos e tem um simbolismo muito grande. Acho que uma Copa do Mundo vitoriosa para o Brasil gera sempre uma atratividade maior para o esporte, para o futebol e um holofote maior no Brasil para o mundo. Eu acho que tudo isso tem impacto nos clubes, tem impacto no campeonato brasileiro, tem impacto no valor de mercado dos atletas brasileiros. Então, é muito positivo. É lógico que é uma competição muito difícil, mas a gente vai estar aqui torcendo, não só porque é nosso país, mas também porque tem impacto positivo no mercado do futebol”, destacou.
Política
Além de gestor do Bahia, Bellintani também é um ator político, que já teve funções públicas e dialoga com os dois principais grupos políticos do estado. Diante deste quadro, ele comentou o resultado das urnas, no último dia 30 de outubro a nível nacional e estadual.
“No Brasil, para mim, veio como um grande alívio, na minha visão. É o meu posicionamento político muito claro. O país tem o direito e é natural que aconteçam governos de direita, governos de esquerda, isso é comum no Brasil inteiro, no mundo inteiro. Acho que é natural o revezamento entre governos mais conservadores e governos mais liberais, governos com viés mais de direita ou mais de esquerda”.
No entanto, ele ressalta que nos últimos anos o Brasil “perdeu o tom”. “Se perdeu a possibilidade de fazer um governo de direita ou de esquerda. Ele – Jair Bolsonaro (PL) – simplesmente fez um governo que afetou profundamente algumas coisas que eu acredito que são fundamentais. Então, eu entendi que o Brasil mudando nesse momento foi uma coisa bem positiva. Eu acho dessa forma”.
Já nas eleições baianas, Bellintani acredita que prevaleceu o desejo de “continuidade”. No entanto, ele aponta que a votação expressiva de ACM Neto (União Brasil), mostra a necessidade de avanços.
“Já no estado da Bahia, eu entendo que a população fez um julgamento muito claro de que o trabalho que foi feito ao longo dos últimos 16 anos deveria dar continuidade. Por outro lado, Neto teve uma votação muito expressiva, o que mostra que há também a necessidade de avanço em muitas áreas que são criticadas e que eu acho que precisam realmente de avanços”.
Diante da eleição de Jerônimo Rodrigues (PT), ele diz acreditar que não houve “erro absoluto e nem acerto absoluto de nenhuma das partes”. Mas sim, que a Bahia segue com um viés de esquerda e alinhada muito com o atual presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva (PT).
“Isso é muito claro. O desenho que eu faço é que talvez essa conexão tão forte que existe entre Lula e a Bahia de certa forma foi um pouco menosprezada em determinado momento, no começo da eleição principalmente, e ela foi o grande trunfo de quem venceu as eleições. Portanto, essa conexão do que Lula fez pela Bahia e do que ele representa na visão dos baianos foi decisiva na eleição. Acho que foi o principal fator na eleição”.
Por fim, ao falar sobre um possível retorno às atividades na área da política e na administração pública, Bellintani destacou que preserva o desejo de ajudar no desenvolvido de Salvador, seja através da gestão pública, como empresário ou como presidente do tricolor.
“Tenho boas lembranças do tempo que eu vivi, foram cinco anos como secretário de turismo e cultura, depois como secretário de educação, me orgulha muito o trabalho que a gente fez lá. Não só eu, como toda a rede municipal de educação que é brilhante, tem professores que amam o que fazem, que me ajudaram a transformar a educação de Salvador. E depois como secretário de urbanismo”, revela.
“Eu tenho grandes lembranças desses momentos, eu adoro a minha cidade, eu vivo aqui. Lógico que quando eu penso nisso tudo, eu penso que algum dia eu posso voltar a participar de algum jeito da gestão pública, seja de forma direta, de certa forma como um ator político mais direto, seja como empresário, como próprio presidente do Bahia, ajudando no que eu puder no desenvolvimento da minha cidade”, acrescenta.
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