Opte pelo caminho da paz e do amor
Em tempos difíceis de conflitos reais, muita gente usa o ódio como instrumento para tentar conquistar a paz. Como isso é possível?
Muitas pessoas agem de modo agressivo, com raiva e até com ódio simplesmente porque o outro pensa diferente. Esse é um palco excelente que o indivíduo inseguro, ignorante e imaturo encontra para manifestar suas frustrações, sejam elas quais forem. Ao atacar alguém, seja física ou moralmente, a pessoa tenta rebaixar o outro para se sentir superior, eis a sua necessidade.
O orgulho, a arrogância e a prepotência fazem com que uma pessoa se enxergue superior às outras, e daí vem todos os preconceitos como resultado de uma profunda ignorância, cunhada através da alienação coletiva progressiva.
Nesse sentido, o caminho mais simples é o da destruição, já que o orgulho e autoimagem distorcida não permitem a possibilidade do outro estar certo, ou fazer melhor. Quando essa postura autocentrada encontra eco em outras pessoas, com as mesmas características, podem surgir grupos violentos e/ou submissos. Tome como exemplo as torcidas de times de futebol da atualidade. Elas marcam encontros para travar batalhas campais e, na mais recente, houve quatro mortos.
Agora para e pense um pouco: quatro vidas apagadas por causa de times de futebol? Sim, mas não é tão simples. As pessoas buscam acolhimento nos grupos de pessoas com as mesmas afinidades. Essa é uma estratégia para fugir dos fantasmas da rejeição e do abandono, que tanto apavora qualquer ser humano, e muito mais ainda os imaturos.
Os grupos acreditam em algo (ideia, pessoa etc.), que passa a ser defendido a qualquer custo. É uma batalha primitiva na busca da sobrevivência, só que isso fazia sentido no tempo das cavernas, hoje não! No caso das torcidas, formam-se tribos de defensores de um território, de uma bandeira, de uma causa: o time “do coração”. Enfim, não importa qual a função de determinado grupo, se é religioso, se é político ou esportivo, todos podem ser berços para o surgimento da maldade.
Seitas religiosas radicais costumam fazer lavagens cerebrais progressivas e sutis em seus membros para que o líder mantenha o controle de todos, pois, afinal, acreditam piamente que só ele sabe o caminho certo a seguir. Em 1978, Jim Jones, psicopata e líder da seita Templo Popular, convenceu seus seguidores que a melhor saída para uma suposta conspiração norte-americana contra a seita era tomar um chá com veneno, o que resultou no suicídio coletivo de 918 pessoas, além de outros que foram assassinados. Certos líderes conseguem juntar muita gente para se defender de ameaças nem sempre reais, sendo que o elemento principal que aglutina as pessoas é a existência de um inimigo responsável por tudo que dá errado, e que esse grupo, liderado por um “iluminado”, vai combater.
Esse inimigo criado está sempre conspirando de alguma forma para destruir tudo, e para provar, criam-se provas. Em nome dessa guerra vale abrir mão de valores, como a vida alheia, por exemplo. Assim fizeram (e fazem) ditadores como Hitler, Stalin, Mussolini, Idi-Amim, e uma lista imensa de monstros travestidos de salvadores da pátria.
As torcidas de futebol acreditam que a torcida adversária é inimiga pelo simples fato de torcer por outro time. Está certo que certas propagandas e algum tipo de imprensa incentiva a rivalidade, e chamam jogadores de guerreiros, e os estádios, agora são arenas, tal o Coliseo. Se isso não é um incentivo à batalha, o que é?
Um segundo elemento, que mantém esses grupos coesos, é o objetivo de acabar com os rivais, e, em paralelo, a história vai sendo recriada e reescrita para dar aval ao que esses grupos fazem. Assim, há argumentos que justificam a destruição do inimigo em nome de uma causa (própria, no caso). E tudo isso para atender às necessidades narcísicas de líderes mentalmente doentes, que precisam se sentir poderosos dominando milhares, milhões de pessoas. O desenvolvimento emocional dessas pessoas fica estacionado na infância, onde a frustração gera revolta e raiva.
O ódio nada constrói, só destrói. A pessoa não percebe, mas a destrói ainda mais do que o seu alvo. Conviver com um sentimento corrosivo só pode trazer consequências nocivas não só para quem sente, mas também para os demais. Muitas pessoas optam pela destruição, porque é um caminho mais fácil para obter resultados rápidos. Construir demanda tempo, trabalho, conhecimento, recursos materiais e financeiros, e inteligência. O ódio não precisa de nada disso. É simples. Imagine o seguinte quadro: você segura um copo de vidro na mão a um metro e meio do chão.
Em seguida você abre a mão e, depois de um segundo, o copo está quebrado no chão. Agora imagine você fazendo um copo. Mesmo que você tenha todos os recursos à sua disposição, e saiba fazer o copo, vai levar muito mais do que um segundo. Construir dá trabalho, mas é o que permite que você possa estar lendo este artigo, usufruindo de ciência e tecnologia acumuladas ao longo de toda a história da humanidade.
A saída para tudo isso que vivemos é simples, mas não é fácil. Simples, porque basta amar a si mesmo e aos outros. Não é fácil, porque a pessoa tem de abrir mão do orgulho, da arrogância, da prepotência, da ignorância, além deixar de ser infantil e imatura. O filósofo Friedrich Nietzsche, disse que “o maior inimigo da verdade são as convicções”. Isso quer dizer que quando se fica atolado em uma crença, a pessoa não se permite sequer ouvir os argumentos dos outros, afinal o dela é “o certo”.
Para aqueles que não aguentam mais ver, ouvir e sentir tanta ignorância, ódio e destruição, um bom começo é se afastar desse tipo de gente tóxica e perniciosa. Desista de tentar “fazer a cabeça” de alguém que pertence a qualquer tipo de seita ou assemelhado, pois é uma perda de tempo irrecuperável, pois só a vida pode ensiná-los.
Prefira ter paz do que razão. Cuide da sua sanidade mental vivenciando coisas boas, que são aquelas que fazem bem para todos indistintamente. Outra atitude muito saudável é não idolatrar ninguém, pois eles erram como qualquer outro habitante do planeta. Você gosta do que alguém fala ou escreve, ótimo, mas não abra mão do seu senso crítico para apenas repetir o que um líder fala.
Pense, avalie, não julgue os outros, e, sempre que tiver dúvida sobre algum pensamento ou algo a fazer, escolha o caminho da paz e do amor; o caminho em que todos podem andar juntos, e que suas atitudes não lhe prejudiquem, nem a ninguém. Só o amor constrói. Simples e fácil.
*Sergio Manzione é psicólogo clínico, administrador, podcaster, colunista sobre comportamento humano e psicologia no Portal Muita Informação, e escreveu o livro “Viva Sem Ansiedade – oito caminhos para uma vida feliz”.
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