Oncologista sugere alternativa para o SUS ampliar a cobertura de tratamento moderno contra o câncer
Segundo Rodrigo Guedes, o país deveria investir em pesquisas clínicas custeadas pela indústria famaceútica, como é feito na Europa
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um das maiores conquistas da democracia que o brasileiro pode se orgulhar, mas não é novidade para ninguém que o serviço público é negligenciado pelas autoridades governamentais do Brasil ao longo das décadas. Enquanto que nos hospitais de rede privada há um emprego no que há de melhor da ciência no mundo, na rede pública, o que é oferecido ainda é falho fornecendo apenas o básico, como é o caso do tratamento contra o câncer.
Segundo o oncologista clínico e coordenador da Oncologia D’Or – Regional Bahia, Rodrigo Guedes, no SUS há um problema chamado de subfinanciamento que impede do serviço avançar em terapias de inovação como técnicas de terapia-alvo [que identifica a célula tumoral e age com remédio específico] , imunoterapia [medicamento que ajuda o sistema imunológico a atacar a área doente] e radioterapia moderna [que ataca apenas as células mutadas, sem atingir regiões vizinhas], por exemplo.
“O SUS é um grande ganho e um acesso universal, mas há as dificuldades de acesso a esse sistema porque pode ter um atendimento primário, mas organizado. Quando vai para um especialista, é aí que o bicho pega. O acesso ao especialista ainda é muito complicado. Existe uma lei do tempo mínimo do paciente com câncer que vai do acesso até o tratamento, e isso melhorou um pouco o acesso do paciente”, disse Rodrigo durante entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, durante o programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, desta quinta (22).
“Uma questão é o acesso ao tratamento e outra questão são os tratamentos disponíveis. No SUS, nenhum tratamento desse é disponível, por exemplo, para um câncer de pulmão, no qual temos diversas terapias-alvo e se tiver uma mutação específica, no SUS ele não vai ter acesso a esse tratamento. Se um paciente tiver um melanoma e tiver que ser tratado com imunoterapia, no SUS, ele não vai ter acesso”, acrescentou a explicação.
De acordo com o especialista, um paciente que sofre de algum tipo de câncer vai encontrar no SUS, infelizmente, o aparato básico como a quimioterapia e outros tratamentos padrão, uma vez que há um subfinanciamento para o setor, de forma geral. Para Rodrigo Guedes, uma forma do Estado rever o problema seria seguir o modelo de pesquisas clínicas financiadas pela indústria farmacêutica, que é empregado, por exemplo, pelos Estados Unidos e pelos países europeus.
“Infelizmente essa é uma realidade, mas o que poderia ser feito é fazer mais pesquisas clínicas em que esses tratamentos de inovação sejam custeados pela indústria farmacêutica que fazem essas pesquisas”, sugeriu, mas, advertindo:
“Não são cobaias porque quando a pesquisa clínica é séria, ela passa por um comitê de ética para ser liberada e nada antiético será feito. Nos Estados Unidos, na Europa inteira tem milhares de ensaios clínicos para inserir esses pacientes. Então, uma saída para esse subfinanciamento é ter mais ensaios clínicos, pesquisas clínicas, pagas pela indústria farmacêutica, à serviço da ciência”, emendou o oncologista.
Cannabis na oncologia
Entre os avanços da ciência na medicina estão as descobertas dos óleos extraídos da Cannabis Sativa, vulgarmente conhecida como maconha, nos quais já têm estudos que comprovam a eficiência em doenças autoimunes e degenerativas como Parkinson, Alzheimer e epilepsia. No entanto, na área da oncologia ainda não há comprovações técnicas sobre os efeitos de combate a qualquer tipo de tumor.
“Não existe comprovadamente nenhuma atividade antitumoral. Não existe comprovação científica de que eu possa suspender o meu tratamento oncológico com quimioterapia, com terapia-alvo ou com imunoterapia e tomando somente os compostos do cannabis. Não existe”, disse Rodrigo Guedes.
“Porém, há uma grande ajuda no controle dos sintomas relacionados ao câncer e ao seu tratamento. Isso sem sombras de dúvidas é um ganho imenso, principalmente no controle de náuseas e vômitos, controle de perda de apetite e da dor. Então, são ganhos muito importantes e eu prescrevo. Recomendo meus pacientes um especialista que só faz cannabis e meus pacientes que fazem o uso tiveram muito ganho no controle desses sintomas, mas nunca suspender o tratamento oncológico só para usar a cannabis”, acrescentou o especialista em tratamento de câncer.
Além da cannabis ser uma ferramenta que tem ajudado a pacientes no alívio de alguns sintomas proporcionados pelo tratamento do câncer, a fé é um pilar importante para quem atravessa essa jornada de combate ao tumor.
“Estas são questões difíceis de serem comprovadas em um estudo científico, mas no dia a dia, o paciente que enfrenta uma doença de uma forma muito mais positiva, com esperança de que vai dar certo, vai muito melhor. A fé tem uma importância em todo o tipo de tratamento de saúde e no oncológico, ela auxilia no enfrentamento dessa doença que é tão difícil”, explicou o médico.
Confira a entrevista na íntegra:
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