Com corte de R$ 12 milhões, reitor da Ufba afirma que instituição não fechará as portas

Em meio à polêmica sobre o corte de recursos feito pelo governo Bolsonaro para as universidades públicas, incluindo a Federal da Bahia (Ufba), o novo reitor da instituição, Paulo Cesar Miguez, garantiu que a instituição não fechará as portas, apesar de ficar sem R$ 12 milhões, o que praticamente inviabiliza suas atividades.

A declaração foi feita em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, nesta sexta-feira (9).

“Nos últimos anos, o que a universidade pública tem experimentado em relação a seu orçamento é uma medida de contingenciamento e bloqueio. Posso dizer que a Ufba faz bem o dever de casa e nós temos executado 99% do nosso orçamento. Este ano, a situação se apresentou de uma maneira diferente, houve o corte, e se você corta, esse recurso não volta mais. O corte feito na universidade, foi de R$ 12 milhões, isso compreende aproximadamente dois meses e meio de funcionamento da instituição”, explicou o reitor.

“Esse corte atingiu especialmente a área de custeio, que compromete as obrigações da universidade em relação a contrato de serviços continuados, como limpeza, segurança, portaria, água, luz, telefonia, internet; contratos esses que são reajustados anualmente. É um corte significativo, mas ele como não alcançou exclusivamente a Ufba, nós temos a compreensão de que não há uma solução individual. Essa solução tem que vir de um ponto de vista mais geral para o sistema como todo, através de medidas junto à Justiça e de uma ação firme do Parlamento brasileiro para que essa situação possa ser revertida e o estrangulamento orçamentário não dificulte ainda mais a vida das universidades. Não fecharão as portas, continuaremos a nossa luta e tenho certeza que encontraremos um caminho para enfrentar esse absurdo que o corte de recursos”, disse Paulo Miguez.

Questionado sobre como evitar possíveis rombos nas contas da instituição, o reitor afirmou que vem buscando formas e mecanismos para contornar a situação.

“Só a correção da inflação nos traria neste momento quase R$ 70 milhões a mais no orçamento. No momento em que mais precisamos de recursos, mais cortes são feitos, posso dizer que a universidade vem tomando cuidados em relação a isso, buscando mecanismos de garantir uma eficiência energética, garantindo um melhor consumo dos seus recursos. E iremos negociar primeiramente com a comunidade interna, para que ela tenha total consciência da situação que vivemos, e depois com os prestadores de serviços”, pontuou.

Confira a entrevista na íntegra: