Debate na TVE Bahia vira palco de ataques e defesa a Lula e Bolsonaro
Blocos foram marcados por críticas à ACM Neto, ausente no debate, e por polarização entre principais candidatos ao Planalto
O debate na TVE envolvendo os postulantes ao governo da Bahia, realizado na noite desta terça-feira (6), assim como o debate realizado pela Band Bahia, no mês de agosto, foi palco de ataques e defesa aos dois principais candidatos ao Palácio do Planalto: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Ainda no primeiro bloco, uma pergunta do candidato Jerônimo Rodrigues (PT) sobre os planos de seus adversários para o Ensino Médio na capital e no interior do estado, rendeu críticas ao governador Rui Costa (PT), encabeçadas por João Roma (PL), enquanto Kleber Rosa (PSOL) teceu críticas as escolas cívico-militares, idealizadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Rosa também cobrou o pagamento dos precatórios dos professores do Ensino Médio, por parte do governo do estado.
“Hoje tem mais de um milhão e meio de baianos que não conseguem ler ou escrever um simples bilhete. Em 16 anos do PT, eles ainda não aprenderam que não é parede de escola que dá aula ou que transmite conhecimento. Muitas vezes falta professor e, quando tem, está desestimulado”, disse Roma. O candidato do PL ainda destacou que o governo Bolsonaro já depositou mais de 60% dos recursos dos precatórios, “mas que o governador Rui Costa não regulamenta”.
Por sua vez, Jerônimo transferiu as críticas para a gestão do presidente Bolsonaro na Educação e assegurou que Rui vai encaminhar à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o projeto de lei para o pagamento dos precatórios aos professores. “Chegaram os recursos dos precatórios e o governador Rui Costa já enviou ou está enviando até amanhã para que a Assembleia Legislativa possa criar a lei para o pagamento dos precatórios”, afirmou o candidato.
Na sequência, ao falar sobre o Auxílio Brasil e a Embasa, Rosa perguntou se há interesse dos adversários em privatizar a empresa pública de saneamento básico, no entanto, não houve respostas objetivas tanto de Jerônimo quanto de Roma sobre a questão. Enquanto o bolsonarista acusou a empresa de ser “loteada e cabide de empregos”, o petista prometeu universalizar a água para a área urbana.
Já sobre o Auxílio Brasil, Roma afirmou que o PT “dizia que ajudava os mais necessitados”, mas realizava pagamentos médios de R$ 180 e de R$ 80 em alguns casos. Segundo o candidato do PL, foi o presidente Bolsonaro que subiu o valor para R$ 600, alcançando R$ 710 em alguns casos, em função do auxílio-gás.
Por sua vez, Jerônimo lembrou que o atual mandatário colocou o Brasil de volta ao mapa da fome e o programa criado por Lula, o Bolsa Família, teve apenas o “nome trocado” para Auxílio Brasil, só foi possível após pressão do Congresso.
“São 34 milhões de brasileiros que passam fome no país. Se não fosse a pressão do Congresso Nacional, o presidente não assumiria esse compromisso. Ainda assim, o prazo estabelecido é eleitoreiro”, afirmou o petista. De acordo com Jerônimo, Bolsonaro afirma que manterá o valor em R$ 600 a partir de 2023, entretanto, não incluiu recursos na proposta de Orçamento da União para o ano que vem, o que contraria a promessa.
Na sequência, o candidato do PSOL, também apoiador de Lula em nível nacional, partiu para o ataque contra o presidente Bolsonaro. Rosa ressaltou que Bolsonaro, durante a pandemia da Covid-19, apresentou proposta de auxílio emergencial no valor de R$ 200,00 e se opôs a pagar o auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 às famílias de baixa renda.
“O valor de R$ 600,00 só foi aprovado por causa da pressão dos partidos de oposição no Congresso Nacional. Bolsonaro vai para o lixo da história como o pior presidente da história do Brasil. Presidente que não respeita as mulheres, presidente misógino, que não gosta de pobre. É o presidente da exclusão social. Precisamos eleger Lula em primeiro turno para derrotar o presidente da fome”, frisou.
Racismo
Outro tema debatido foi o racismo e violência racial na Bahia. Na ocasião, Roma destacou que, ao falar de segurança, se pensa na periferia e na população jovem e negra, porque enquanto o “rico vive com segurança privada”, o pobre está “dormindo debaixo da cama”.
“O rico vive com segurança privada em seus condomínios e o pobre está dormindo debaixo da cama, com o crime organizado que se instalou na Bahia e tem atacado em especial justamente essa população jovem e negra. Uma população que sofre com esse descaso, da falta de postura do governo perante à violência que já passou do limite do tolerável no estado da Bahia”, criticou Roma.
Já Jerônimo destacou que a Bahia é o único estado brasileiro que possui uma Secretaria de Promoção à Igualdade Racial (Sepromi). O candidato também aproveitou para prometer o aumento dos investimentos no combate ao racismo.
“No meu programa de governo, está estabelecido o fortalecimento do orçamento para esta secretaria. Ela não atuará apenas como uma articuladora, mas também definirá as políticas estratégicas para o povo negro. É o sinônimo de colocar a população negra no orçamento”, afirmou o petista.
Crítica a Neto
Na sequência, Kleber Rosa teceu críticas à ACM Neto (União), que se declarou “pardo” para a Justiça Eleitoral. Para o psolista, a autodeclaração do adversário tem o objetivo de conquistar mais verbas do fundo eleitoral.
“ACM Neto responde por fraude na sua declaração de pertencimento racial por ter se declarado negro. Ele teve o prazo legal para responder, não respondeu e o processo corre à revelia. Ele vai ser cassado por causa disso, porque isso é fraude. A luta da população negra, da população indígena, da população cigana, não pode ser tratada com desdém”, afirmou.
Redução de impostos
A redução de impostos também foi tema do debate, com o candidato do PL defendendo a diminuição da carga tributária e lembrou a redução do ICMS sobre a gasolina, proposta por Bolsonaro. Ele também ressaltou o posicionamento contrário do governador Rui Costa, que teme uma diminuição na arrecadação dos estados.
“Quando você alivia para o cidadão as coisas melhoram e geram mais empregos. Vou zerar os impostos de gás e diminuir em 80% o ICMS do óleo diesel. Queremos uma Bahia grandiosa para que cada filho de Deus possa melhorar de vida”, argumentou.
O psolista, por sua vez, afirmou que sua proposta é realizar uma reforma tributária que contribua com a redução da desigualdade. “Na proporção, a população que recebe menos é quem paga mais, enquanto as grandes fortunas não são taxadas. Vamos buscar fazer com que as reformas contribuam para o combate a desigualdade social”, planejou Rosa.
Já Jerônimo seguiu o tom adotado por Rui Costa, e defendeu a compensação dos estados. Ele também afirmou que “gestores nunca lutarão pelo aumento dos combustíveis ou do gás”. “A União poderia muito bem ser corresponsáveis com a devolução futura sem a perda dos estados e municípios no pagamento de salários de servidores”, pontuou.
Considerações finais
Ao realizar suas considerações finais, Roma destacou o desejo de uma “Bahia liberta”, que “largue as amarras da política atrasada”. Segundo o candidato do PL, que voltou a criticar ACM Neto, a Bahia precisa de um “líder”.
“A política do século XXI não combina com empreguismo, toma lá, dá cá. O que a Bahia precisa é de um líder, não de covarde. É frustrante ver um candidato que se acovarda, não sabe se é carne ou peixe. Tome vergonha, respeite o cidadão. Queremos, nesse caminho, baixar os impostos, porque a Bahia está ficando para trás, pois hoje tem perdido para vários estados e isso faz perder investimentos. Queremos transformar a realidade da Bahia de mãos dadas com o Brasil”, destacou.
Assim como Roma, Jerônimo voltou a tecer críticas a Neto. “Os candidatos tiveram coragem de debater, isso é fortalecer a democracia. Estou desafiando o ex-prefeito a debater comigo, marque o dia e hora para debater a educação”. Ele também enfatizou que o ex-prefeito de Salvador pode “buscar ajuda se precisar”.
Já Rosa afirmou ser o porta-voz de um programa governo que fale do povo com “propriedade”. “Alguém que sabe o quão humilhante é pegar um transporte, e não poder pagar e ter que ficar saltando por trás, que sabe a luta diária do trabalhador. Então, para mim, defender um projeto de inclusão, é defender o que vivi. A Bahia tem alternativa pela esquerda, alternativa popular de verdade”.
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