“Meu nome ao Senado nasceu de forma muito orgânica”, diz Dra Raíssa Soares

Especializada em dermatologia, a médica mineira Raíssa Soares, pré-candidata ao Senado pelo partido de Jair Bolsonaro (PL), viu seu nome ser moldado na política após sua atuação durante a pandemia de Covid-19, enquanto secretária de Saúde em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. Na época, ela defendeu o tratamento precoce contra a doença com base no uso de um coquetel de medicamentos como a cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida e ivermectina.

Para ela, que tem o apoio do próprio presidente, fazer seu nome ser mais conhecido pelos quatro cantos do estado não vai ser um desafio alinhar sua campanha com a de Bolsonaro [que busca sua reeleição], haja vista que ele segue com alta rejeição de 62,1% na Bahia, segundo último levantamento do Instituto Paraná, divulgado em 5 de julho. Na disputa com o concorrente direto ao Planalto, o ex-presidente Lula (PT), o atual mandatário do país detém amargos 26,5% das intenções de voto dos baianos contra 49,8% do petista.

“Não, eu não acho que seja um desafio muito grande porque o meu nome como pré-candidata ao Senado nasceu de forma muito orgânica. E muitas pessoas que não concordam com as atitudes do presidente Bolsonaro são favoráveis e reconhecem o que eu fiz. A minha atuação frente à pandemia, que me fez atender muitos casos, eu cuidei de muitas pessoas independente da sua decisão política, da sua raça ou cor”, disse Dra. Raíssa, durante entrevista com o editor-chefe do Portal M! e colunista de A Tarde, Osvaldo Lyra, nesta segunda-feira (18).

“Então, Porto Seguro e várias cidades que vieram para cá perceberam que a minha intenção de ação era pela vida. Então, eu tenho muitas pessoas que inclusive não são adeptas a Bolsonaro e que compreendem e valorizam, eu vejo isso quando eu estou caminhando pela Bahia afora e as pessoas falam para mim que independente das nossas diferenças políticas, reconhecem em mim alguém que realmente dedicou a vida para poder salvar o próximo. Então, eu entendo que eu componho uma majoritária com Bolsonaro e com Roma, mas eu naturalmente… Meu nome foi feito pelo meu fazer, pela minha posição, e não foi por parceria, por exemplo”, justificou a pré-candidata ao Senado, dra. Raíssa Soares.

Segundo ela, seu nome também não foi levantado nem pelo atual pré-candidato a governador pelo cabeça da chapa, João Roma (PL), mas pela sua “ousadia” em fazer um vídeo direto a Bolsonaro. “Quando eu fiz um vídeo para ele em 30 de junho de 2020 pedindo a hidroxicloroquina, ali meu nome se tornou nacional, porque as pessoas viram a ousadia porque eu sabia que no Exército tinha”, pontuou.

A saúde em pauta

Médica formada há 28 anos e sempre funcionária do Sistema Único de Saúde (SUS), Raíssa Soares, que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro, avaliou também que mesmo a Bahia seja líder do ranking nacional de desemprego, a saúde deve ser uma pauta a ser resgatada e colocada primeiro plano também, principalmente pelos próximos senadores do estado. Atualmente, o estado baiano detém 17,6% da taxa de desocupados contra 11,1% sobre a média nacional.

“Sem dúvida nenhuma a saúde precisa de atenção. Quando a gente passa nas cidades e pergunta sobre o maior interesse de cada um, as pessoas não respondem que a maior preocupação delas é a saúde. Elas respondem que a maior preocupação é o emprego. Então, eu entendo que a saúde precisa ser comandada, precisa ser tocada. A forma que a saúde na Bahia teve uma perda muito grande, houve uma centralização de todos os grandes serviços em Salvador. Nós tivemos uma grande perda de serviços de saúde por todos os 417 municípios”, pontuou. “Foram mais de 200 hospitais fechados nessa trajetória”, acrescentou.

Na avaliação da pré-candidata a senadora, a saúde é uma pauta importante uma vez que é preciso viabilizar a autonomia às cidades. “A gente precisa valorizar os profissionais de saúde, a classe médica ficou muito sucateada, ficou muito sem valorização. A saúde é um ponto que sem dúvida nenhuma tem que ser porta-voz realmente de um recomeço de um estado.
A geração de emprego é como um pedido de uma realidade de várias cidades que perderam… As famílias foram separadas”, falou Raíssa Soares.