Homem morre sufocado em “câmara de gás” dentro de viatura da PRF

Um homem morreu após abordagem de policiais rodoviários federais no município de Umbaúba, litoral de Sergipe, na tarde desta quarta-feira (25). Ele não resistiu depois de ter sido preso dentro de uma espécie de “câmara de gás” montada no porta-malas da viatura da PRF.

Vídeos de testemunhas mostram a ação. O homem, identificado como Genivaldo de Jesus Santos, foi rendido por dois policiais, que o prenderam no chão e o algemaram. Em seguida, ele foi colocado no porta-malas da viatura. 

Moradores presentes no local viram quando um dos policiais segurou a porta do porta-malas, enquanto o outro jogou gás dentro do compartimento fechado, provocando uma grande fumaça. No momento em que os policiais voltam a abrir o porta-malas, o homem já não apresenta reações.

Genivaldo tinha esquizofrenia há 20 anos. Wallyson de Jesus, sobrinho da vítima que presenciou a ação, diz que o tio foi parado enquanto pilotava uma motocicleta. Ele diz ainda que tentou dialogar com os agentes, mas não foi ouvido.

“Eu informei aos agentes que o meu tio tinha transtorno mental. Eles pediram para que ele levantasse as mãos e encontraram no bolso dele cartelas de medicamentos. Meu tio ficou nervoso e perguntou o que tinha feito. Eu pedi que ele se acalmasse e que me ouvisse”, declarou, durante entrevista ao portal g1.                            

“[Os policiais] foram para delegacia, mas meu tio já chegou lá desacordado. Diante disso, os policiais levaram ele para o hospital, mas já era tarde”, continuou.

Questionada, a PRF-SE afirmou que o homem teria “resistido ativamente” a abordagem da equipe policial, e que por isso, foram utilizadas técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo como forma de contenção. No entanto, não foi informada a substância utilizada na ação.

Ainda segundo o órgão, durante o trajeto a delegacia, “o abordado veio a passar mal e foi socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito”.

Familiares e testemunhas prestaram depoimento na delegacia da cidade e abriram uma ação contra a PRF. Um laudo do IML confirmou a causa da morte como asfixia. 

A PRF abriu um processo disciplinar contra os agentes.

O caso se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Apontando o transtorno mental de Genivaldo, assim como a raça – ele era negro -, a  maioria dos internautas expressou revolta e cobrou investigações.