Artistas baianos participam de campanha e falam sobre relação antiga com Santa Dulce

Obras Sociais lançam, nesta segunda-feira (18), a ação “Um milhão de amigos” para atrair vonluntários e superar grave crise financeira


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redacao 17/04/2022 15:48 Cidades

As Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) lançam, nesta segunda-feira (18), a campanha “Um Milhão de Amigos Para Santa Dulce”, com o objetivo de atrair vonluntários para ajudar com a manutenção do trabalho social prestado pela instituição. Atualmente, as Obras aculmulam um déficit financeiro de R$ 24 milhões, podendo chegar a até R$ 44 milhões ao fim do ano.

Entre os vários artistas baianos convidados para atuar como embaixadores da causa, os cantores Tuca Fernandes, Ana Mammeto e Júnior Luiz contaram ao Portal M! um pouco da relação que têm com a obra da Santa Dulce dos Pobres, que ajuda milhares de pessoas há seis décadas.

“Eu conheci a Santa Dulce por conta dos meus pais. Meu pai sempre falou muito de Dulce, minha mãe conheceu e eu também a conheci em vida. Isso foi em 1981, ela já estava dormimndo sentanda, com o balão de oxigênio. A história dela foi enraizada na minha família e nós começamos a ajudar nos anos 2000. Não importava a dificuldade, a gente ajudava”, contou Tuca Fernandes.

Segundo o ex-vocalista da banda Jammil e Uma Noites, ele foi convidado para ser um dos embaixadores, mas quando chegou à instituição, o pessoal descobriu que o nome de Antônio Cérsar Queiroz Fernandes da Silva era, na verdade, o prórpio Tuca que já ajudava as Obras há anos.

“Fiquei muito feliz quando fui convidado. Sempre tive um carinho muito grande. Minha mãe sempre conta sobre a primeira vez que ela viu a Santa Dulce. Ela tinha ido no hospital e perguntou por ela e o pessoal falou que estava pelos corredores. Minha mãe rodou e não achou e entrou num banheiro”, relembrou Tuca.

“Ao entrar, ela viu uma mulher limpando o chão e comentou que queria muito ver (na época) Irmã Dulce, mas que não a tinha encontrado. Do nada, a mulher largou o esfregão, estendeu as mãos para ela e perguntou: ‘Pois não, minha filha?’. Minha mãe ficou sem acreditar. ‘É a senhora a Irmã Dulce?’, ‘sim, sou eu’. ‘Mas a senhora está limpando um banheiro’. ‘Sim, minha filha, eu tenho que dar o exemplo'”, contou Tuca Fernandes.

A relação não é tão diferente com Júnior Luiz, vocalista do grupo de samba Batifun. Médico formado em 2001, ele diz que desde 1999, quando ainda cursava o 4º ano da faculdade, já atuava nas Obras Sociais. Júnior continou lá pelo 5º e 6º ano do curso e, de 2002 a 2004, fez a residência em clínica médica também na instituição.

“Desde que terminei minha residência, continuei como plantonista e estou até hoje lá. Então, além de músico, cantor do Batifun, continuo como médico, e todas as quartas-feiras trabalho lá no [Hospital] Santo Antônio”, contou Junior. “Quando surgiu a campanha do ‘Um Milhão de Amigos Para Santa Dulce’ eles me convidaram e na hora eu topei. Falei também com pessoal da banda”, emendou.

Com bagagem para falar sobre as Obras, Júnior chama também a atenção sobre a importância do trabalho social que a instituição presta a qualquer um que chega ao hospital precisando de ajuda.

“Lá é um hospital 100% SUS, mas é diferente porque é filantrópico. É diferente de qualquer outra unidade do estado ou prefeitura. A Osid depende muito de doações, dos repasses dos governos federal, estadual e municipal”, comentou.

 

Legado de uma vida 

Atualmente, por ano, a instituição realiza cerca de 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais, acolhe aproximadamente 2,9 milhões de pessoas, faz 23 mil cirurgias e promove 43 mil internamentos.

Além disso, atende, por mês, 10,8 mil pessoas com deficiência em Salvador e realiza 9 mil atendimentos mensais para tratamento do câncer na capital. A Osid também promove a distribuição de 2,1 milhões de refeições por ano para os pacientes.

Criada no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, onde viveu até os 17 anos, a cantora, atriz, apresentadora e jornalista Ana Mametto – também intérprete da Rainha Titânia da peça teatral Sonho de uma Noite de Verão na Bahia,  viu de perto a importância da instituição criada pela Santa Dulce.

“Para as pessoas que não têm recursos financeiros, para as pessoas que não têm plano de saúde, para as pessoas que não têm o que comer, eu vi muito de perto a importância desse projeto de Irmã Dulce. Eu lembro de ver Irmã Dulce, de estar no mesmo ambiente que ela”, relembrou.

“É um muito próximo da realidade que já tive e da realidade de muitos baianos, soteropolitanos que precisam desse suporte”, emendou a artista.

Mametto lembra da vez que levou a mãe para realizar uma cirurgia de catarata na instituição, e o que mais chamou sua atenção a atitude de acolhimento adotada por todos os funcionários do local.

“É uma qualidade de empatia, de cuidado com paciente que eu nunca vi em nenhum hospital particular. Eu nunca vi um atendimento como esse, que acolhe não só a saúde, mas o ser humano”, descreveu.

Ana vê em si, como artista e formadora de opinião pública, a importância de atrair mais voluntários para a causa do ‘Anjo bom da Bahia’.

“É de uma beleza, de uma força tão grande esse projeto que eu, como artista, de certa forma, influencio outras pessoas através da minha arte e tenho um papel importante em estar à frente pedindo, sim, ajuda; pedindo, sim, contribuição; pedindo, sim, para que as pessoas se mobilizem para que essa instituição continue a realizar esse trabalho tão especial”, pontuou.

 

Campanha que rompe barreiras

A sobrinha da Irmã Dulce e superintendente das Obras Sociais, Maria Rita Lopes Pontes, explica que o déficit vem ao longo dos últimos cinco anos, uma vez que o SUS não reajustou os valores, mas, em contrapartida, os preços dos insumos aumentaram. A situação só piorou com a pandemia da Covid-19.

“É preciso de um olhar diferenciado dos governos federal, estadual e municipal para manter a engrenagem funcionando, principalmente para instituições que fazem o papel do Estado, do Governo Federal no atendimento de pessoas mais necessitadas”, desabafou Maria Rita, durante entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na rádio Nova Brasil FM, na última quinta-feira (14).

Para Tuca Fernandes, a campanha tem qualidade e força para sair da esfera soteropolitana, romper as fronteiras da Bahia e chegar a todos os brasileiros. Ele ainda fala sobre a possibilidade de criar uma ‘Dia D’ para incentivar as doações.

“Santa Dulce é a primeira santa brasileira e esse é um projeto, um legado dela. As pessoas têm que se conscientizar em todas as áreas e se juntar a esta causa. A gente, artista, pode fazer isso. Pode impulsionar isso. Uma dia 13, mensalmente ou não, seria bem interessante para marcar na mente da galera sobre as doações voluntárias”, comentou.

“Antigamente, para você divulgar algo, você tinha que viajar, reunir pessoas em uma palestra ou num show. Hoje em dia, com as redes sociais, dá para atingir muita gente em uma questão de minutos. Se todo artista postar em suas redes, políticos e todo mundo ajudar e postar, tenho  certeza de que essa campanha vai atingir o Brasil inteiro numa rapidez muito grande”, projeta Tuca. “Se eu já era voluntário, vou continuar sendo até…”, acrescentou.

Interessados em ser voluntário das Obras Sociais Irmã Dulce podem acessar o site da instituição e clicar na aba ‘Como Ajudar‘. Lá, consta a opção de ser um ‘Sócio-Protetor’, com doações fixas ao mês, até doações avulsas e também com incentivo fiscal.

A Osid também possui chave PIX para doações diretas: deuslhepague@irmadulce.org.br. Demais informações podem ser consultadas no telefone (71) 3316-8899 ou no site irmadulce.org.br/doeagora.

 
 
Veja também:
 
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