Polícia confunde píton com jiboia e solta o animal por engano na mata do DF

Uma cobra píton, espécie exótica original da Ásia, é procurada pelo Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em uma região de mata perto do Gama. O animal foi solto de forma proposital no local pelos agentes após ter sido confundido por eles com uma jiboia na quarta-feira (6).

Neste sábado (9), a polícia segue em busca da cobra. O vídeo da soltura do animal com o intuito dele ser reintroduzido a natureza por fazer parte do ecossistema, foi divulgado pela própria PMDF. Após a divulgação, contudo, estudiosos deste tipo de réptil identificaram a cobra como uma píton.

Na sexta-feira (8), a corporação emitiu uma nota admitindo a confusão e reiterando que já procura o animal de 2 metros de comprimento. Segundo a própria instituição a serpentes é “extremamente calma, sendo indício de que era criada em cativeiro”.

A píton não é venenosa, mas por ser uma cobra exótica, o “retorno” do animal para a mata pode gerar riscos ambientais – além de possíveis acidentes com humanos.

Buscas pelo animal continuam. PMDF/Divulgação

“É um risco gigantesco. Vai influenciar na cadeia alimentar, porque mais um animal vai concorrer com os nossos predadores e, além disso, os animais do Cerrado estão acostumados a fugir só dos predadores típicos da região”, explica a ecóloga e professora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Católica de Brasília (UCB), Morgana Bruno, em entrevista para o G1.

Segundo a professora, a píton irá se alimentar, por exemplo, de filhotes, pequenos mamíferos, aves e ovos. Assim como a jiboia, a espécie exótica mata as presas por constrição, ao estrangular o animal ela limita a circulação do sangue das presas.

Morgana explica que, além de representar um predador a mais na natureza, a píton pode desencadear o surgimento de novas doenças em outras espécies.

A cobra pode chegar a quatro metros de comprimento, tem manchas quase retangulares no dorso e é um predador do topo da cadeia alimentar.

Com informações do G1 e do Correio Braziliense.*