Em discurso enigmático, Bruno Reis manda petardo a dissidentes

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), continua dosando as palavras ao falar sobre o rompimento inesperado do seu grupo com o MDB. Entretanto, a mágoa é perceptível. Nesta sexta-feira (1°), durante entrega da Estrada dos Fidalgos, em Cassange, Reis, sem citar nomes, demonstrou que ainda está digerindo o fato.

“Às vezes a gente se distancia, se reaproxima. Deus sabe o que faz. Cada um tem seus sonhos, suas pretensões. E elas são legítimas. O que me cabe? Compreender. Cada um sabe o que é melhor para si, mas sempre com procedimento, com forma, com sinceridade, a gente vai construindo parcerias que vão se consolidando ao longo da vida”, discursou.

O petardo, embora sem agressividade, pareceu ter endereço certo: o presidente da Câmara Municipal, Geraldo Júnior (MDB).

Em quatro dias, Geraldo se reelegeu presidente do Legislativo soteropolitano, antecipando o prazo para eleição que o reconduziu ao posto máximo da Casa, conseguiu tirar da Mesa Diretora nomes mais próximos a Bruno e ao pré-candidato ao governo, ACM Neto, e foi oficializado sob as bençãos de Lula pré-candidato a vice na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT) ao Governo do Estado.

Num discurso de 25 minutos e 37 segundos, o prefeito agradeceu a parceria de vereadores que lá estiveram, a exemplo de Anderson Ninho (PDT), Emerson Penalva (Podemos) e Sandro Bahiense (Patriota). Ele citou a longevidade da amizade com o trio.

Com o rompimento de Geraldo e o grupo de ACM Neto, existe a possibilidade de haver uma debandada da base de Bruno Reis na Câmara Municipal. Contudo, acredita-se que a sangria poderá ser estancada.