“Temos pensado em alternativas para manter a estrutura operacional”, diz coordenador do Samu Salvador

Apesar dos infectados pela Ômicron, nova cepa do coronavírus, apresentarem sintomas leves, é fato que a variante tem sido de mais rápida transmissão e esta realidade de alto contágio em Salvador, assim como o crescimento de casos de gripes, tem afetado o sistema de saúde da capital da Bahia, principalmente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Segundo o coordenador municipal de Urgência e Emergência de Salvador, Dr. Ivan Paiva, a procura pelos gripários e unidades de atenção primárias cresceu na capital. Ele explica que além de casos de AVC, acidentes, questões de segurança pública que continuam em número elevado na cidade, a Samu atua também na remoção de qualquer paciente que apresente sinais de gravidade pelo coronavírus nos postos e isso ocorre ao mesmo tempo em que a equipe enfrenta exaustão e desfalque devido a infecção pela Covid-19.

“O alto índice de infectividade impacta na nossa operação. A gente tem trabalhado muito”, afirmou Ivan em entrevista na manhã desta quinta-feira (20), para o programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo editor-chefe do Portal M!, o jornalista Osvaldo Lyra.

Dr. Ivan Paiva é coordenador municipal de Urgência e Emergência de Salvador. Imagem: divulgação

Para se ter uma ideia, 45 profissionais de saúde da equipe da Samu foram afastados por causa da Covid-19. O número é grande para a cidade com cerca de 3 milhões de habitantes. Ivan diz que apesar do déficit, o serviço tem pensado em alternativas para conseguir manter a estrutura operacional. Ele ressalta que são 41 ambulâncias habilitadas pelo Ministério da Saúde em Salvador.

“Para a regulação instituímos o sistema de trabalho remoto. Os médicos conseguem mesmo contaminados com Covid, trabalhar de casa, usando o computador. Atendem as ligações do 192 de casa, fazem todo o processo regulatório, sem ter o risco de contaminar essas pessoas. A gente tem utilizado várias estratégias para conseguir manter a estrutura operacional”, diz.

Agressões contra equipe de Saúde

Além da pressão, equipe sobrecarregada e dificuldades, há também agressão verbal e física enfrentada pelos profissionais de saúde. Ivan informa que a Samu tem buscado minimizar esse problema, trabalhando com a Guarda Municipal e Polícia Militar, em algumas unidades de pronto atendimento.

“São profissionais, seres humanos que estão ali exercendo sua função, dedicando sua vida, se expondo ao risco no meio da pandemia. Óbvio que existem falhas de um lado e do outro. A gente tem buscado ofertar condições adequadas para que esse trabalhador exerça a função, mas a gente pede também a população que entenda esse processo”, finaliza.

Assista a entrevista na íntegra: